Se Bolsonaro é a Constituição, quem será Sérgio Moro?
Como diz o professor Ivaldo Gomes, "Bolsonaro se acha acima da lei e da ordem. Já se auto intitulou que era a Constituição. Agora virou também a Polícia Federal".
Em meados do século XVII, o Rei da França, Luis XIV afirmou: “Eu sou o Estado”. Ele teve um dos mais longos reinos da França, tendo sido considerado o "Grande Rei do Sol", tão grande era seu império colonial de Leste a Oeste da Terra.
Quando Bolsonaro diz, “Eu sou a Constituição”, todos ficamos surpreendidos com a expressão, no mínimo um plágio autoritário de um ex Capitão que tornou-se presidente e quer virar Rei Ditador de uma República Federativa.
Como Bolsonaro poderia ser uma coisa que ele nem consegue cumprir? Talvez, ele seja a Constituição de muitos dos nossos problemas, entre eles: saúde, desemprego, aumento do dólar, economia, política, intolerância e ódio.
O Palácio do Planalto e seu comandante, mas parecem o Titanic que afunda em alto mar, sem perceber os gigantescos e submersos blocos de gelo.
Primeiro foi o Ministro da Saúde, Henrique Mandetta, ontem Bolsonaro demitiu Maurício Valeixo, o Diretor Geral da Polícia Federal, que levou Sérgio Moro, o Ministro Justiçae Segurança Pública a pedir demissão, pois Valeixo era seu mais importante indicado político e homem de confiança.
Mas, antes de sair, Sérgio Moro retirou a mordaça e abriu o verbo, detonando contra o presidente e seu interesse em intervir diretamente na autonomia da Polícia Federal.
Parece que Bolsonaro cava seu próprio sepulcro, ao interferir diretamente na autonomia da PF, para tentar proteger sua prole, envolvida em alguns supostos crimes federais. Ao gerar a demissão de Sérgio Moro, Bolsonaro assumiu todos os riscos para destruir seu curto desgoverno, que já estava com os pés na cova, em plena pandemia de Covid-19.
Sem a carta branca prometida e sem a total autonomia do seu Super Ministério, Sérgio Moro vinha sendo minado a quase um ano até que, resolveu pedir exoneração. Talvez na pior hora de uma Pandemia que o próprio governo insiste em negar.
Mas é importante considerar que o ministro não é tão sentimental e bobo assim. Como os ratos que percebem o navio afundando e, na primeira oportunidade, fogem para as margens, praia ou talvez uma ilha. Talvez Moro tenha sentido esse time e entre afundar com seu comandante maior, sair, quem sabe, para algum paraíso, quem sabe, livre de fiscais e amigo de outros reinos.
Não esqueçam que, no último final de semana, Bolsonaro saiu em praça pública para cometer diversos crimes, entre os quais, atentar contra o STF, Congresso Nacional e Ministério Público. Ainda aplaudiu e discursou para os aliados, que ostentavam faixas, pedindo a volta do AI-5 e da Ditadura Militar, sob o comando do próprio Bolsonaro.
Isso tudo, sem falarmos no crime de estímulo e participação em aglomerações em plena Pandemia do Covid-19. Pois Bolsonaro insiste em aparecer em público, vistar padarias, farmácias, sempre sem mascaras e gerando todo tipo de aglomerações, que estão dentro dos crimes que quebram as orientações da OMS.
Em sua coletiva de imprensa, Sérgio Moro abriu o jogo e expôs que: "- O presidente me disse, mais de uma vez, que ele queria ter uma pessoa do contato dele que ele pudesse ligar, que ele pudesse colher informações, colher relatórios de inteligência."
Existem vários outros trechos da fala de Mouro que incriminam o presidente, entre os quais, a direta interferência na autonomia da PF.
O que podemos deduzir, que Bolsonaro têm três motivos para querer um Diretor-Geral da PF. Os três motivos podem ser: proteger Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro.
Não podemos esquecer quem de fato é o ex Juiz Sérgio Moro, agora ex-Ministro. Ele mesmo comentou, ter uma pensão, como ex juiz, com apenas 22 anos de trabalho no TRF-4, em Curitiba. Ele sempre protegeu os interesses e erros do presidente e dos seus filhos. Sempre se calava, quando era preciso agir em função do cargo.
O Intercept divulgou centenas de mensagens em que o Juiz da Lava Jato se envolveu em supostos ilícitos, entre os quais a parcialidade de Sérgio Moro, em especial contra o Ex-Presidente Lula. Muitos outros supostos crimes do Ex Juiz Moro, entre eles: prisões abusivas, vazamentos ilegais, agir por cima de competências que seriam do STF, usar denuncias anônimas, usar delações não acordadas, prisão por antecipação de pena entro outros.
O procurador e coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, Deltan
O procurador e coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, depois das denúncias do Intercept, ficou claro que se tratava de uma parceria com o ex juiz Moro, que resultou em dezenas de crimes, quando os mesmos deveriam proteger a lei.
Depois dos vazamentos do Intercept e da convocatória para Moro depor no Congresso Nacional, ele foi desmascarado pelo envolvimento nas supostas criminalidades, de quando comandava a Operação Lava-Jato, inclusive condenando e prendendo injustamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que graças aos seus advogados e provas robustas, conseguiu se libertar. Alguns dos crimes de Moro, foi por interferir em decisões judiciais como no Ministério Público, por condenar sem provas, entre outros crimes de ordem política e econômica, que levou várias empresas brasileiras a entrar em colapso.
Sua parcialidade lhe condena e agora, sem o cargo, que até certo ponto, lhe blindava, tudo pode mudar. Se seus supostos crimes foram a tona, o ex Ministro poderá ser preso, assim como o próprio presidente pode ser caçado, pois o que Moro disse em sua entrevista, incrimina ainda mais o Presidente. Vamos refletir se esse pedido de exoneração terá um forte impacto negativo no já desastroso governo Bolsonaro e se ele terá coragem para expôr os reais fatos e crimes desses que estão no poder.
#TchauMoro
#ForaBolsonaro
#FicaEmCasa
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