O Jornalismo está Ferido, mas ainda se Submete
Por Joana Belarmino de Sousa
Estou impactada com as notícias sobre a exoneração do ministro da saúde, Teich. E, ainda não passou o embrulho do meu estômago com a cena de Rodrigo Maia, no Palácio do Planalto, defendendo o diálogo. Também não passa o nojo enorme que sinto pela defesa do apedrejamento aos jornalistas, feita por um empresário da comunicação que mais explorou a dor do outro, em programas sensacionalistas, no rádio, no jornal, que já não existe, e na tv.
Só digo uma coisa. O jornalismo está sendo apedrejado, ferido, humilhado. E há muitos guerreiros jornalistas expostos ao covid, à insensatez dos que dirigem a república, trabalhando sem as mínimas condições protetivas. Mas ainda há jornalistas, sobretudo os de tv, servindo como instrumentos dessa refrega nojenta entre o presidente Bolsonaro e o ex-ministro Moro. O jornalismo está na mesma guerra onde estamos todos, mas há ainda, muitos jornalistas, insistindo num modelo fracassado de atuar como primeiro poder. Apoiaram a queda da presidenta Dilma, apoiaram as tentativas torpes de destruição política do ex-presidente Lula, e agora aplicam-se nessas mesmas estratégias, pra apear Bolsonaro do poder e transformar Sérgio Moro em candidato à república.
Aviso a esses jornalistas, que essa pequena guerra fraticida não é a nossa. Essa pequena grande guerra fraticida reúne dois grupos sedentos pelo poder, pelo sucesso, pela fama pessoal ou de um grupo político de defesa do capital e do neoliberalismo.
Aviso a esses jornalistas que nossa guerra é encarniçada, dura, e, é agora pela defesa da vida. Estamos morrendo todos os dias. Estamos cercados pela rápida colisão de um vírus letal, estamos sendo abalroados pela estupidez, a insensatez, a ganância em seu melhor estilo.
Aviso a esses jornalistas que o tema da pauta é a indignação. A indignação contra Rodrigo Maia a pedir diálogo. Indignação contra Jair Bolsonaro depenando sem dó nem piedade a república. Indignação contra esse senhor Roberto Cavalcante clamando pelo apedrejamento de profissionais que ele tanto explora. Aviso a esses jornalistas: A democracia está morrendo, e, muitos jornalistas, aferrados a seus empregos, à linha editorial infame das suas empresas, também são cúmplices dessa desgraça.
Sexta-feira, 15 de maio, do meu #DiárioDeQuarentena
Comentários
Enviar um comentário