Extrema Direita infiltrada no PDT e Manifesto de Brizolistas em apoio ao Lula no Primeiro turno.

Print da TV GGN, 20/08/22.

Por Belarmino Mariano Neto.

- Manifesto de lideranças brizolistas do PDT, rompem com Ciro Gomes em apoio ao presidenciável Lula & Alckmin (13) já no 1º turno. As principais críticas estão na condução de uma campanha que se aproxima de uma discurso de extrema direita,  atrelada ao grupo identificado como Nova Resistência Nacionalista que se infiltrou no PDT e vem conseguindo pautar temas que fogem completamente ao histórico político do PDT, que se pautava por um socialismo trabalhista e popular, com a defesa da democracia, direitos humanos e pautas sociais das minorias.

As lideranças históricas do PDT avançam em apoiar o Lula 13, pois o país se encontra em uma situação de risco político ao golpismo miliciano. O manifesto inicialmente assinado por 17 lideranças representa uma frente ampla e necessária para derrotar o bolsonarismo e a extrema direita golpista, para que o país possa retomar suas políticas sociais e econômicas desenvolvimentistas. Estes são alguns pontos tratados no Manifesto (Link ao final).

A crise não é recente, mas se aprofundou, na medida em que o candidato Ciro Gomes (12) passou a atacar e tentar igualar o Lula ao mesmo nível do Bolsonaro, em que,  os rumos da campanha do Ciro, com uma maior aproximação de pautas conservadoras e até mesmo antiecológicas desagradou grande ala de pdtistas. Os ataques do Ciro Gomes contra o candidato Lula fugiram a racionalidade dos fatos, pois o próprio candidato já havia integrado governos do PT, com o reconhecimento dos avanços sociais e econômicos dos governos Lula.

Outra observação destacada pelas lideranças que romperam com Ciro Gomes se deu pelo fato de reconhecer que o candidato não conseguiu reunir outros partidos para se tornar uma via possível na disputa eleitoral e que o mesmo chegou a flertar com partidos e organizações de direita, mas não obteve o êxito desejado. Essas ações de Ciro já havia provocado o rompimento de várias lideranças do PDT, com desfiliações de parlamentares e nomes históricos do PDT.

Os dissidentes da candidatura de Ciro Gomes apontaram que as tentativas de Ciro em compor com as forças da direita, apostava que poderia juntar partidos como União Brasil (UB - Ex-PSL e DEM), PSD e PSDB. Ou seja, as bases do Centrão e partidos que patrocinaram o golpe contra a presidente Dilma e a democracia em vigor. Mas ao final das convenções partidárias, não conseguiu reunir essas forças declaradamente ultraliberal e antitrabalhistas. Nenhum partido demonstrou interesse em apresentar um vice na candidatura de Ciro e Ciro levou o PDT ao isolamento em todos os Estados brasileiros, inclusive no seu Estado, com o candidato de Ciro,  Roberto Cláudio, aparecendo em terceiro lugar.

Ciro Gomes chegou a afirmar que o isolamento político vivido pelo PDT foi uma opção dele próprio, ao argumentar que esse isolamento se deu pelas suas posições em defender um novo modelo político, baseado no Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) que se afasta do neoliberalismo e do Centrão, mas meses antes tentava atrair forças de ultraliberais como o UB, PSD e PSDB, PTB, entre outros. Como se um plano de papel, desprovido de apoio popular e político fosse gerar algum tipo de êxito. O tom agressivo e de ataques a candidatura do presidente Lula e ao PT, aumentaram ainda mais o isolamento de Ciro Gomes e uma pressão nas redes sociais pelo voto útil em Lula (CNM, 2002).

As posições de Ciro Gomes em tentar compor com os grupos de Direita, afastou o partido da Frente Ampla pela Democracia Popular a esquerda, isolando o PDT e prejudicando todas as candidaturas do partido em nível de Estados, Senado, Deputados Federais e Deputados Estaduais. Enquanto as diferentes legendas de Esquerda fizeram alianças por federações partidárias, o PDT cometeu um erro geopolítico e estratégico que já revelam graves consequências para a legenda em escala regional e nacional. Só para termos uma ideia, durante a janela partidária, o PDT foi um dos partidos que perdeu quatro deputados federais, e não conseguiu atrair nenhum outro nome para a legenda. Saíram deputados do Rio Grande do Sul, Piauí, Roraima e Pernambuco (Brasil de Fato, 2022).

Os ataques de Ciro Gomes contra o ex-presidente Lula, ao qual esteve alinhado durante seus governos, chegam a ser desleais. Logo, o saldo destes ataques se tornaram negativo, afastando de sua campanha, grande número de cientistas, intelectuais, artistas e movimentos sociais brizolistas. Os trabalhistas, como são conhecidos, não aceitaram a aproximação de Ciro com os ideias conservadores e críticas aos militantes de esquerda. 

Os ataques diretos do Ciro ao Lula gerou reações extremamente negativas nas redes sociais, inclusive de muitos simpatizantes da candidatura de Ciro, pois diferentes de André Janones (Avante) e Marina Silva (Rede), que declaram apoio ao Lula e Alckmin, Ciro continua destilando veneno contra a coligação do PT, PSB, PSOL, PCdoB, Rede, PV, Solidariedade, Agir, Avante e PROS. Isso sem falarmos em alianças com o MDB em pelo menos 11 estados brasileiros, tanto com declaração de votos no primeiro turno, quanto com alianças com vistas aos governos estaduais e as eleições para o Senado, Câmara Federal e Assembleias Legislativas.

Manter a candidatura de Ciro é um risco a democracia e colabora para manter as forças reacionárias e entreguistas no poder, alimentados por ataques aos direitos sociais, ataques a jornalistas, povos indígenas e direitos das minorias, que o Ciro vem negando e flertando com esses grupos de extrema direita. O PDT não pode manter os risco em deixar a eleição se estender para o segundo turno, pois terá uma grande responsabilidade em contribuir para que os grupos fascistas possam usar esse momento para um golpe contra a democracia.

A TV GGN, coordenada por Luis Naciff, realizou uma live (19/08), com cinco lideranças em nível nacional. Entre eles destacamos: Siqueira Castro, Weiller Diniz; Haroldo Ferreira, João Vicente Goulart, André Luan e Paulo Filletti Jr. Eles leram e mesclaram comentários do Manifesto de lideranças nacionais brizolistas e pdtistas em defesa de uma frente ampla com o voto em Lula (13), com o representante da esquerda com reais condições de derrotar o bolsonarismo.

Entre os dissidentes estão os vereadores Junior Leandro e Betinho do PDT em João Pessoa, Grabriel Cassiano, mas dois destaques são: André Luan (ex-diretorda Fundação Leonel Brizola em Minas Gerais) e Vinicius Dino, (ex-secretário Geral da Juventude Socialista de São Paulo). Os argumentos são de que Ciro não representa os ideias trabalhistas protagonizados por Brizola e outros grandes nomes do PDT nacional.

Aqui destacamos que o neto de Brizola, Leonel Brizola Neto, já havia rompido com o PDT e se filiado ao PT do rio, por onde saiu candidato a Deputado Estadual.  As informações é de que em diferentes estados, os familiares de históricas lideranças pdtistas já estão totalmente atreladas a campanha do presidente Lula, inclusive no Ceará e em todo o Nordeste, demonstração de uma necessária posição do PDT em tomar uma posição histórica de derrotar o bolsonarismo já no primeiro turno.

É importante destacar que não se trata de uma debandada, ou abandono do PDT, apesar de termos registrado que algumas lideranças históricas já pediram desfiliação do partido, por entenderem que este não mais representa as bandeiras históricas do trabalhismo brizolista. 

Em uma análise da realidade e dos fatos da conjuntura política, foi consenso entre os manifestantes de que, só existem duas candidaturas em disputa O lula que representa uma frente ampla em defesa da democracia e dos direitos sociais, o o Bolsonaro que representa o fascismo golpista. E, é o momento histórico de reconhecer que a candidatura do Lula e Alckmin representam a democracia e a derrota dos grupos golpistas e antidemocráticos representados pelo bolsonarismo.

Vicente Goulart (filho de João Goulart) alerta para os perigos e para a responsabilidade do PDT em um eventual segundo turno, com riscos claros de quebra da institucionalidade democrática. Ele diz que o Ciro não representa os ideias do PDT de Getúlio Vargas, João Goulart e Leonel Brizola, pois suas posições beiram ao conservadorismo de direita como tentativa de atrair grupos e forças da extrema direita, como alguns militantes que já estão infiltrados no PDT.

Os pdtistas leram o manifesto e apontaram que o candidato Ciro Gomes fugiu em sua campanha dos ideias brizolistas e passou a atacar o candidato Lula desnecessariamente. Percebe-se que o Ciro e a condução de sua campanha aponta para uma espécie de Direita Trabalhista, que não representa o projeto de unidade do campo democrático e popular, para a derrota do fascismo politico no Brasil.

Paulo Filletti, militante da juventude pdtista, reconheceu que Ciro gomes, abriu as filieiras do PDT para entrada ou filiações de grupos da extrema direita, que passaram a usar as estruturas do partido para práticas antidemocráticas, em um claro alinhamento com a extrema direita internacional, no que ele identificou como "Nova Resistência Nacionalista", em que uma juventude com pautas conservadoras e que não representam o histórico movimento trabalhista de defesa dos direitos da classe trabalhadora.

O militante André Luan, pegou pesado em sua análise e afirma que a candidatura de Ciro perdeu o sentido, diante da necessidade de votar em Lula para derrotar o fascismo, como um conjunto de lideranças democráticas fizeram desde o começo da campanha ao se declararem defensores de uma candidatura de Frente Ampla, tendo o lula com as reais condições para liderar esse momento histórico.

A Ex-Deputada Estadual e radialista Cidinha Campos (PDT), disse que "Ciro está fora" e que só existem dois candidatos com reais possibilidades de vencer a eleição e nesse caso declarou voto em Lula no primeiro turno, apostando em uma frente ampla contra o bolsonarismo golpista.

O PDT já vem de uma profunda crise política com grupos de extrema direita que se infiltraram na legenda e colocam o partido em uma situação de perda de sua identidade trabalhista, desenvolvimentista, democrática e popular. 

O PDT como força política do bloco da esquerda e uma aliado histórico do PT, com a manutenção da candidatura de Ciro, cometerá um erro histórico, ao deixar que o fascismo permaneça no poder e esse manifesto é um chamamento para que todos os pdtistas se unam a Frente Ampla, constituída pelos partidos e lideranças democráticas e votem em Lula & Alckmin (13).

Pátria Livre Venceremos com Lula presidente no primeiro turno.


Fontes:

Live TV GGN Luis Naciff -  https://www.youtube.com/watch?v=GyunEyc7Idg

https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2022/09/18/nova-resistencia-como-militantes-de-extrema-direita-se-infiltraram-no-pdt.htm

https://eventos.udesc.br/ocs/index.php/STPII/stpi/paper/viewFile/406/328

Manifesto - https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2022/09/5037344-ala-do-pdt-assina-manifesto-contra-ciro-para-apoiar-lula-contra-bolsonaro.html?fbclid=IwAR3oEg0pG2eTyMR6bNnjERWWzrDMbsfMunCa912zYc4JRc7KmOqRtQKAZko

https://www.cnnbrasil.com.br/politica/isolamento-do-pdt-e-opcao-minha-diz-ciro-gomes/

https://www.cnnbrasil.com.br/politica/dissidentes-do-pdt-articulam-manifesto-contra-ciro-e-pro-lula/

https://www.brasildefato.com.br/2022/04/02/fim-da-janela-mais-de-130-deputados-trocam-de-partido-e-bolsonaro-amplia-dominio-na-camara

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