Conversas com o Universo
Por Belarmino Mariano.
Deitado à beira mar do oceano atlântico, em uma barreira de areias dos lençóis maranhenses em uma noite sem lua, observo a abóbada celeste e as gotículas de luz faiscando em meus olhos.
Terra, areia fina, água, mar, céu e universo em baixa luminosidade. Penumbra em um abajur cósmico, deitado em um lençol de areia, vejo a lentidão dentro de minha alma, sinto os micro grãos de quartzo se confundindo com micro grãos de estrelas, mas sei que tudo é ilusão de ótica.
Pensar é o que posso e penso em querer saber o que sei e o que sou, nesse areal de estrelas granulares.
Nem tudo é vácuo, vazio ou nada, diante da imensidão. Mas perguntei ao universo, "o que existe onde nada existe?"
Importam os campos eletromagnéticos, as grandes rotações, translações e as pequenas pressessões?
Disse ao universo que não existem ordens, apenas padrões. Indaguei se o caos é de fato grande e se as incertezas são maiores ainda, pois a matéria escura e os buracos negros parecem o corpo e a boca de cronos a engolir tudo o que se apaixona?
Um risco brilhante rasgou a escuridão cósmica, era uma "estrela cadente". Zerei a conversa solitária com o universo e passei apenas a contemplar o caos, imerso nessa imensidão como se fosse nada.
O vento frio e as gotículas de areia atingiam minha pele viva e diante de uma existência, senti ser particula disso tudo, enquanto estou aqui mergulhado em mim.
Parabéns valoroso professor Amigo, bela inspiração. Show!
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