China desliga o microfone da ignorância.
CORRETÍSSIMO. TEM MUITA GENTE SENDO PREJUDICADA POR ESSAS PESSOAS QUE FALAM MUITO E NÃO ENTENDEM NADA.
Xi Jinping decidiu pôr ordem no caos digital. Quem quiser falar de medicina, finanças, direito ou educação nas redes sociais vai precisar provar que entende do que fala… tem que ter certificação profissional. É o fim dos influencers improvisados. Um corte cirúrgico na multidão de vendedores de fórmulas, curas e investimentos milagrosos.
O cumprimento da decisão ficará nas mãos das plataformas. Lá pode. A medida recebe aplausos e críticas. Pequim se defende: não está cancelando a liberdade, está regulando o delírio. O mundo deveria prestar atenção. A China não age por impulso. Age por diagnóstico. E, dessa vez, o diagnóstico também é global. Afinal, as redes deram megafone à ignorância.
Nos últimos anos, não faltaram tragédias de palco.
Nos EUA, o influenciador Tyler Bossetti enganou investidores com promessas de riqueza fácil — fraude milionária. A modelo Mona Montrage aplicou golpes em idosos. A Alemanha caça sonegadores. O Reino Unido processa influenciadores por propaganda enganosa.
Na China são 1,2 bilhão de pessoas online e o mercado chinês de influenciadores já vale mais de 13 bilhões de dólares.
O palco é imenso e o senso, pequeno. A pergunta é inevitável—será que a decisão de Pequim é censura? Ou sanidade? Um exemplo a ser seguido ou temido?
No Brasil, o cenário é de pasmar.
Temos 2 milhões de influenciadores e 14 milhões de criadores de conteúdo. Crescimento de 67 % em um ano. A maioria jovem, eloquente, fotogênica — e rasa.
Apenas 9 % vivem realmente do que produzem.
O resto tem apenas a ilusão do engajamento.
Há influenciadores presos por lavagem de dinheiro, outros investigados por expor crianças e adolescentes, outros por golpe. Aqui, diploma é detalhe. O que vale é o algoritmo.
No Ocidente, seguimos acelerando rumo à beira do abismo digital. Resta saber o que será feito.
(Texto editado de Ane Valle )
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