Diplomacia Brasileira

Por: Manoel Alencar
Quando termos como globalismo, climatismo, cruzadismo e terraplanismo passam a fazer parte do vocabulário de alguma diplomacia, é certo que em alguma encruzilhada se tomou a bifurcação errada. 
Não se trata de ideário político ou intelectual. Ou se trata, mas erroneamente, quando não estamos falando da chancelaria brasileira - de tão grandes feitos na nossa história -, aí não há outra classificação se não o desastroso. 
Evito usar a patologia, por saber nada saber de assunto tão sério, mas, na lógica política, o que a as posições de Ernesto Araújo representam para o Brasil beira a paranóia. 
Fosse um sacerdote, vá lá, suas crenças proféticas teriam seu ambiente para defesa. Mas como Chanceler, associar-se a seitas intelectuais, negação da ciência, delírios ufanistas e ataques a outros povos - muitos dos quais grandes parceiros do Brasil - além de afetar a imagem do país, influencia diretamente a vida das pessoas. 
A Chancelaria nunca esteve no horizonte de Ernesto Araújo, mas o Brasil virou isso que nós vemos. 
Se sair, não será pelos motivos certos, pois se o fosse jamais teria assumido. No entanto, alguma pedagogia pode se depreender disso e alguém que assuma o Itamaraty possa ter o pragamtismo necessário e a defesa dos princípios constitucionais que regem as relações internacionais. 
O melhor dos cenários, sabemos, é ainda muito ruim.

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