"VOCÊS VENCERAM, SEUS MERDAS. LEO ESTÁ MORTO!"

Esse texto abaixo é de Maninho Pacheco, de Vila Velha ES. Ontem, o irmão dele, Leonardo, de 41 anos, foi uma das 3.251 vítimas da Covid-19 e de um governo GENOCIDA e ASSASSINO! Leiam abaixo o desabafo dele, que é de todos os homens que amam a vida!

"VOCÊS VENCERAM, SEUS MERDAS. LEO ESTÁ MORTO
(pelos irmãos Isabelle e Maninho e a companheira do Leo Jessica)

***

Escrevo este texto que será assinado, também, por minha irmã Isabelle e por Jessica, companheira do Leo.

A morte do Leo não foi aleatória. Não foi fortuita.

A morte do Leo tem nome e sobrenome: Jair Messias Bolsonaro.

Mas não só ele. 

A morte do Leo foi deliberadamente urdida pelo Verme bastardo e seu séquito que se hidrata diariamente de seu vômito fétido e pútrido. 

Se você que leu até aqui se identificou, problema seu: este texto-desabafo é sobre você, igualmente canalha, cínico e patologicamente doentio. 

Leo morreu intubado, com oxigênio em sua carga máxima: 100%. Uma forma sutil que os médicos encontram para explicar aos familiares que seu ente morreu asfixiado, com as vias respiratórias e o pulmão tomados pelo SARS-CoV-2. 

Leo morreu arfando. Buscando oxigênio. Igualzinho como o Verme debochou em sua última live. 

Não foi uma morte bonita.

Não há morte bonita no inexpugnável terreno da Covid-19.

A morte do Leo foi produto de uma escolha. Não do Leo, um amante e exortador da vida, mas daquele que nos rege.

Desde o início desta pandemia, o Verme bastardo parido por uma brechtiana cadela no cio lutou pela morte. Não pela vida. Encarnou o mal. Introjetou-se no personagem de Thanatos, indo contra cada medida que poderia evitar mortes. 

O Verme está longe de ser um omisso. Mas um estrategista necropolítico de extrema perversidade e método. 

Ele crê em uma tese macabra: nos levar à exposição máxima ao vírus para se chegar ao fim da pandemia. As mortes são subprodutos de seu entendimento maldito. Não importa quantas sejam, até que se atinja a imunidade coletiva por ele defendida.  

Ao boicotar as vacinas e nos aproximarmos de 300 mil mortos, engolfou Leo nos efeitos de sua retórica medonha. Negou a doença que matou o Leo. “Todos vamos morrer um dia”, peidou. “Não podemos ser maricas e ficar em casa”, vomitou. “Isolamento social não adianta nada”, escarrou o Verme maldito dos infernos.

Estimulou que não se usassem máscaras e que se promovessem aglomerações em bares, ruas e praias. Homicida odiento. 

Tornou-se garoto propaganda de um remédio tão eficaz quanto o chá de erva cidreira. Covarde, sabotou a divulgação de mortos e contaminados, optando por revelar apenas quem se curou. 

Hão de nos acusar de estarmos politizando a morte do Leo. Estamos pouco nos lixando.  Acaso foi o seu irmão que morreu em busca de ar? Acaso foi o seu parceiro que teve o corpo tomado por bactérias hospitalares oportunistas? 

Vamos politizar, sim! 

Se isso o(a) incomoda, você não entendeu nada. O melhor a fazer é sumir de nossas vidas. Não fará falta. 

Este texto foi escrito com sangue nos olhos e rancor no coração. 

Não espere de nossa parte palavras confortantes ou de autoajuda. 

Pelo contrário. Agora é olho por olho, dente por dente.

Tolerância zero a bolsonaristas simpatizantes, militantes ou os que nele votaram como opção “menos pior” que a do candidato do PT.

Vocês são tão desprezíveis e infames, calhordas e vagabundos quanto o mito que os ilumina. 

Nossa missão será agora meter o dedo na ferida de cada partidário do homicida que nos cruzar o caminho. 

O sangue do Leo escorre por entre os dedos do Verme e de seus asseclas, tão criminosos e escrotos quanto o saco de merda que os conduzem. 

Vocês irão pagar e é dobrado cada lágrima rolada desse nosso penar. 

Leo morreu.

Como disse Gullar, a respeito da morte estúpida de Glauber, 

O morto está morto
não está barbeado
não está penteado
não tem na lapela uma flor
O morto está morto
em cima da cama
no quarto vazio

como já não come
como já não morre
enfermeiras e médicos não mais se ocupam dele
cruzaram-lhe as mãos
ataram-lhe os pés
e se retiraram
O morto está pronto
Só falta embrulhá-lo
e jogá-lo fora

Com 41 anos e uma vida espetacular pela frente, Leo teve as mãos cruzadas, pés amarados, embrulhado e jogado fora. 

Senhor Jair Messias Bolsonaro e seguidores, iremos até ao inferno para lembrar-lhes de que assassinaram o nosso Leo. 

E, acreditem, ainda que toda a maldade do mundo historicamente atribuída ao demônio, sequer ele os acolherão. Até no inferno há uma ética. 

Malditos sejam vocês!"

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