Existe alguma diferença entre o fundamentalismo islâmico Talibã e o fundamentalismo cristão bolsonarista?
Existem muitas coisas em comum sim e as diferenças são imperceptíveis.
O Talibã, foi um movimento criado pelos Estados Unidos, contra o Socialismo que estava sendo implantado no Afeganistão com o Partido Democrático do Povo do Afeganistão (SAUR, 1978).
Esse movimento Saur havia provocado uma revolução política, cultural e econômica no Afeganistão. Tanto para homens quanto para as mulheres. Educação, saúde, desenvolvimento socioeconômico e respeito as diferenças.
Com a implantação do Socialismo, as mulheres passaram a ter direito a escola e começaram a viver a liberdade, inclusive compondo o Exercito de Libertação do país e assumindo funções políticas e de comando.
Em plena Guerra Fria, os Estados Unidos, a partir do Paquistão, passaram a recrutar crianças e jovens afegãs em campos de refugiados para treinamentos militares, para o combate contra os socialistas afegãos que tinham apoio soviético.
O Talibã nasceu assim, constituiu-se de crianças e jovens e lhes foi oferecido treinamento militar, enquanto chefes religiosos sunitas ou islâmicos aos moldes árabes lhes deram uma base religiosa fundamentalista, com a história da guerra santa e das 200 mulheres nos jardins de Alá, para quem morresse lutando contra o inimigo. O fundamentalismo árabe veio com Osama Bin Laden e outros lideres religiosos tribais que, depois de quase uma década lutando contra os socialistas afegãos e os soviéticos, estes se retiraram em 1989, enquanto o país foi tomado por uma guerra civil entre os próprios afegão, pela disputa do poder nacional.
Nessa luta, bem armados pelos americanos, os talibãs assumiram o poder. Então juntaram as armas capitalistas e o fundamentalismo islâmico passaram a destruir os direitos sociais construídos em décadas anteriores. Dissolveram o parlamento, o poder judiciário, acabaram com os sistemas cooperativos de produção e proibiram as mulheres de estudarem, além de matarem todos os potenciais inimigos no novo regime.
Então vamos observar o que querem os fundamentalistas bolsonaristas. Eles se dizem cristãs, mas sempre aparecem com uma bandeira de Israel, meio que querendo fazer uma aproximação com o judaísmo. Essa ainda é uma aproximação estranha, pois não faz muito sentido, uma vez que no movimento também são identificados neonazistas e até neofacistas com bandeiras do integralismo nacionalista brasileiro dos anos 1930/40.
Mesmo não tendo ações claras e coletivas quanto as pretensões dos grupos bolsonaristas radicais, sempre encontramos em seus protestos, bandeiras pedindo a volta da ditadura militar, o fechamento do congresso nacional e o fechamento do Supremo Tribunal da Justiça Federal (STF). Com governo militar presidio pelo próprio Bolsonaro e uma junta de ministros aliados.
Sempre falam em nome de Deus, mais vemos que suas práticas são contraditórias, pois geralmente, são grupos violentos, sempre defendem a liberação e o uso de armas, em sua maioria se colocam como machistas, sempre com ataque contra mulheres, negros e população LGBTTQI+, entre outros.
Outros alvos dos bolsonaristas sã órgãos da imprensa que lhes façam críticas, cientistas, sindicatos e partidos de esquerda. vistos como o grande mal da sociedade. São comuns ataques a entidades como OAB, professores e servidores públicos.
Os fundamentalistas cristãos bolsonaristas, sempre se colocam como conservadores, defensores da família tradicional, sempre usam um discurso de patriotas, mas é comum vê-los com bandeiras americanas e israelenses. O nacionalismo é sempre da boca para fora.
Se resumirmos os dois movimentos veremos muitas coisas em comum como: Fechar congresso ou parlamento; Fechar judiciário;
Governar com mão de ferro em um regime militar; Achar que as mulheres só devem estudar até o o ensino médio e que devem se dedicar aos maridos, filhos e a servir a Deus; Sempre eliminar seus opositores, como se fossem inimigos. Quem não lembra dos discursos de ódio do candidato a presidente Bolsonara, dizendo que deveriam metralhar a petralhada se referindo ao (PT); entre outras ações.
Ataques a ciência, a religião dos outros e a cultura que não seja a de sua religião, inclusive com a destruição de patrimônios culturais.
Essas coisas em comum são típicas de regimes autoritários, totalitários e fundamentalistas, não importa se sejam teocráticos, islâmicos, cristãos, de direita ou de esquerda. Estes regimes são um perigo para a democracia e para a humanidade.
Dito isso, acho que os bolsonaristas poderiam encontrar terreno fértil para suas ideias. Lá tem tudo que eles defendem aqui e também é tudo em nome de Deus (Alá)
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