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Capa de slids imagens das redes sociais. |
Por Belarmino MarianoO que segue é uma palestra sobre os últimos 50 anos
de conflitos até que em 31 de março de 1964 foi instalada um Ditadura Militar
no Brasil, em uma sequência de dezenas de outras ditaduras militares na América
Latina. No Brasil como o maior país do continente Sul-Americano, os impactos da
ditadura foram muito fortes e ainda povoam o imaginário de milhares de pessoas
que foram atingidas diretamente pelo golpe.
Gostaria de dedicar estes slides ao Deputado
constituinte Agassiz Almeida, um perseguido pela Ditadura e que fez importantes
registros em defesa da democracia dos direitos constitucionais. Ele nos contou
em uma entrevista que " - Na madrugada de 1° de abril de 1964, os generais
golpistas cometeram vários crimes previstos na legislação que vigorava na época
(Lei nº 1.802/ 53), a exemplo da promoção de insurreição armada contra os
poderes do Estado (reclusão de 3 a 9 anos) ou de atentado contra a vida, a incolumidade
e a liberdade do Presidente da República (reclusão de 10 a 20 anos). O Brasil
foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, em 2010, por
crimes contra a humanidade praticados durante a ditadura militar de 1964".
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Escolhemos essas imagens para destacar que uma das mais violentas ações
do regime autoritário de 1964, ocorreu contra a classe trabalhadora, em
especial contra o Movimento das Ligas Camponesas, com o assassinato de líderes
como João Pedro Teixeira da Liga de Sapé/PB. Os crimes continuaram e ainda
ocorrem como antes, ao exemplo da líder sindical Margarida Maria Alves (Alagoa
Grande/PB) ou Marielle Franco (mulher negra e da periferia. Vereador do Psol do
Rio de Janeiro).
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Grandes líderes mundiais estiveram na linha de frente, lutando contra os
regimes autoritários, coloniais e racistas. Mahatma Gandhi (Índia); Martin
Luther King Jr. (Estados Unidos) e Nelson Mandela (África do Sul). Ainda hoje
esses líderes representam os milhares de movimentos pacifistas e democráticos
em todo o mundo. Suas lutas não foram em vão, mas milhões de pessoas foram
mortas nestes países e em locais onde eram instaladas ditaduras militares,
fossem de direita ou de esquerda. Na américa Latina, foram instaladas dezenas
de ditaduras em quase todos os países:
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memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br |
Quando lemos do filosofo Confúcio ao afirmar que "uma imagem vale
por mil palavras", ele se referia a ideogramas chineses que expressavam
alguma comunicação política e ética da vida cotidiana. Essa fotografia da época
da Ditadura Militar brasileira, que se estendeu de 1964 a 1985, vale por
milhares de palavras, pois estamos diante de um civil desarmado sendo atacado
por dois militares armados. Para aqueles que afirmam que durante o regime
militar golpista não houve violência, basta mostrar essa imagem.
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Imagem:
memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br/Arquivo Nacional
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Imagem:
memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br/Arquivo Nacional
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Alguma dúvida quanto à violência praticada contra a sociedade civil
durante a Ditadura Militar brasileira? Constantemente encontramos youtuberes
tentando construir uma outra versão sobre o período autoritário da história do
Brasil e desavisados, em muitos casos reproduzem esse discurso de que o regime
militar salvou o brasil dos comunistas e melhorou as condições de vida do país.
Como demonstra o artigo de Marcelo Freire (Uol de 2015), durante a Ditadura
Militar, ocorreram grandes atos de corrupção, que foram abafados e encoberto da
sociedade, pois os principais meios de comunicação eram violentamente
censurados ou simplesmente cooptados para noticiar o golpe como uma revolução
necessária
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Imagem:
memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br/Arquivo Nacional
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Imagem: memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br/Arquivo Nacional |
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Imagem: memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br/Arquivo Nacional |
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Imagem: memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br/Arquivo Nacional |
Como observamos em imagens anteriores, a Rede Globo, sempre esteve do lado errado da história. De acordo com relatórios da Comissão da Verdade, a imprensa, artistas e os agentes culturais eram perseguidos, as universidades e escolas secundárias eram vigiadas e os estudantes e professores que protestassem eram perseguidos, presos, torturados e muitos desapareceram nos porões da Ditadura Militar.
As cavalarias do Exército Brasileiro, cavalgava pelas ruas e avenidas
das capitais e grandes centros urbanos do país, em uma imagem signal de homens
fardados e cavalos, amedrontavam as pessoas, com uma demonstração de força e
animalismo bruto.
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Imagem: memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br/Arquivo Nacional |
O crítico
de Cinema Marcelo Muller (Papo de Cinema, 2017), destaca o filme 68, do
cineasta francês Patrick Rotman, como um dos mais reveladores filmes
memorialísticos sobre a violência política em vários países do mundo, a partir
de imagens da época. O cinema brasileiro conta com dezenas de filmes sobre a
época da Ditadura Militar e foram construídos com base em situações e
personagens que viveram a realidade da violência política durante a ditadura
militar (Segue uma lista com os dez filmes mais destacados). Na área musical,
muitos cantores e compositores foram censurados, perseguidos, presos ou tiveram
que se exilarem para escapar da sanha assassina dos ditadores.
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Imagem: memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br/Arquivo Nacional |
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Imagem: memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br/Arquivo Nacional |
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Imagem: memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br/Arquivo Nacional |
Quanto mais os militares perseguiam os artistas ou músicos, mais eles
usavam sua arte e sua voz para protestar e resistir ao regime autoritário.
Muitos consideram o período de maior produção musical da história da Música
Popular Brasileiro, com músicas de protesto e de resistência na luta em defesa
da liberdade de expressão, da democracia a da cultura popular. Mesmo com
o fim do regime militar a partir de 1985, a violência política com diretrizes
de extrema direita e defesa da volta dos militares, sempre foram fomentados em
grupos que não reconhecem os processos democráticos.
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No início do século XXI, entre 2005 e 2015, em pleno processo de
redemocratização do Brasil e com a ascensão das redes sociais, grupos de
extrema direita se propagaram pelo mundo e no Brasil não foi diferente, desde
movimentos neonazistas e neofascistas até representação política em partidos de
extrema direita, passaram a alimentar ataques a governos que defendia a
democracia popular e os interesses e direitos sociais, além de xenofobia e
preconceito regional, passaram a ser comuns e expressões em redes sociais e até
mesmo nas vias públicas dos grandes centros urbanos.
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Em 2013, os ataques contra a democracia e contra o
governo da presidenta Dilma Rousseff (PT), ganharam as ruas e com apoio da
grande mídia e dos partidos de direita e extrema direita, passaram a ocupar as
ruas em protestos que nem sempre sabíamos por quem eram de fato motivados. A
imagem que segue é o melhor exemplo de que os protestos eram por qualquer coisa
ou coisa nenhuma. Mas havia alguém orquestrando essa dissonância
política.
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Imagens Brasil de Fato, Junho de 2013
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Ainda existe um grande debate teórico sobre esses movimentos mascarados,
de onde vieram, quem são e quem os financia. Uma coisa é certa, alguns grupos
estão ligados aos movimentos libertários radicais como anarquistas, mas a
grande maioria lembra bem vândalos de extrema direita como os neonazistas.
Esses grupos passaram a agir com muita violência e em muitos casos com a
depredação, principalmente de patrimônio público, o que deixou muitos
pesquisadores em dúvidas sobre os reais propósitos políticos dos grupos que
evitavam ser identificados
O mais marcante foi observarmos que, os grupos extremistas que atuaram
com o método do vandalismo para instalar o caos, cumpriu uma agenda inicial de
tocar o terror e gerar uma instabilidade política que era propagada pela grande
mídia como um estado de sítio, em que o governo federal havia perdido o
controle da situação e o país estava em uma situação de ingovernabilidade.
Cumprida essa agenda, os Black blocs sumiram como a fumaça das suas
ações destrutivas. Ainda hoje não sabemos quem eram, se foram presas e se
responderam algum tipo de processo.
Na sequência veio uma nova leva de grupos que, se vestiam de verde e
amarelo como em uma encenação de patriotas ou nacionalistas. O mais grave é que
esses grupos tinham lideranças, geralmente jovens e personalidades com um
discurso apolítico, chamando as pessoas através das redes sociais para ocuparem
as ruas, com camisas da seleção, bandeiras do país e em meio a essa multidão,
faixas e cartazes defendendo a volta da ditadura militar e a intervenção das
forças armadas e o pedido de cassação da presidente.
Alguns grupos de extrema esquerda, também se confundiram com o que
estava acontecendo e até chegaram a declarar apoio aos protestos, mas na medida
em que avançavam os ataques as bases da democracia brasileira, os grupos de
extrema esquerda recuaram e passaram a fazer duras críticas aos métodos de
vandalismo enquanto ação política.
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As manifestações de 2013 e uma nova onda fascista no Brasil. |
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Na sequência, grupos de extrema direita, com nomes e figuras sociais que
atuavam por dentro das redes sociais passaram a tentar capitanear a força dos
movimentos para propósitos antidemocráticos e de ataques diretos ao governo de
Dilma Rousseff e a todos os partidos de esquerda, numa clara demonstração
neofascista e neonazista de ataque aos ideais socialistas ou comunistas.
A violência política entre 2013 e 2014, ano eleitoral foi totalmente
atrelada a um discurso de defesa da volta de uma ditadura militar e de clara
ação antidemocrática e golpista. As imagens golpistas com faixas e cartazes e
forte ação nas redes sociais, chamavam as pessoas para as ruas e nem todos
entendiam o que estava realmente acontecendo.
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Na mesma linha do que ocorreu a partir de 2010 no mundo árabe, com a
chamada "primavera Árabe", em que através das redes sociais surgiram
centenas de movimentos, lutando contra determinados governos que não eram
aliados dos Estados Unidos. Demonstrou que existiam forças políticas
internacionais de extrema direita que estavam atuando em várias frentes e o
Brasil que até aquele momento era governado por partidos de esquerda, passou a
ser alvo de manifestações gigantescas.
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Comparação entre a primavera Árabe e as manifestações no Brasil em 2013. material didático em slids imagens das redes sociais. |
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Não se descobriu quem eram os organizadores e financiadores diretos, mas
ficou claro que era uma articulação que tinha o apoio da grande mídia, de
partidos de direita e extrema direita e até mesmo de grandes empresários,
ligados ao agronegócio, indústria e comércio. A imprensa tentava criar um
discurso de que se tratava de um movimento espontâneo da sociedade, em que as
pessoas estavam nas ruas, pois eram totalmente contra as políticas econômicas e
sociais adotadas pelo governo Dilma. Mas, mesmo com todos estes movimentos, a
presidenta conseguiu se reeleger para o segundo mandato, derrotando uma gigante
coalizão de partido da direita, encabeçados por Aécio Neves (PSDB/MG), deixando
os grupos de direita e extrema direita mais revoltados ainda
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Violência política no Brasil da Extrema Direita.material didático em slids imagens das redes sociais. |
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Em diferentes estados brasileiros com governadores de direita e em
Brasília passamos a vivenciar uma violência militar injustificada, com ataques
constantes a trabalhadores e outros setores da sociedade, em especial entre as
populações periféricas e mais vulneráveis. O discurso de "bandido bom é
bandido morto", os ataques contra nordestinos em centros como São Paulo e
Rio de Janeiro, eram algo comum, pois o Nordeste havia dado uma grande maioria
de votos na reeleição da presidenta Dilma.
No Congresso Nacional, grupos políticos de direita e extrema direita
armaram uma cassada e perseguição política aos atos da presidenta e dia a dia,
criaram um itinerário de ingovernabilidade. Mesmo assim, a presidenta conseguia
articular grandes negócios e ações políticas e econômicas internacionais como a
participação do Brasil no BRICS.
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Sem motivos reais para a cassação de Dilma Rousseff, o seu vice Michel
Temer (MDB) rompeu com o governo e passou a atacar e dar subsídios para derrubar
a presidenta. Com uma forte aliança entre a oposição e agora os aliados do vice-presidente,
e com a invenção de um crime atípico que ficou conhecido como pedaladas fiscais
e com a destruição midiática da imagem pública da presidenta, envolvendo supostos
esquemas de corrupção em estatais brasileiras, o Congresso Nacional cassou a
presidenta e assumiu em seu lugar o Vice Michel Temer em uma das maiores
manobras golpistas da história recente do Brasil.
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Nas ruas de Brasílias, movimentos sociais e sindicais passaram a
realizar grandes manifestações de apoio a presidenta Dilma e contra os ataques
abertos ao regime democrático e aos direitos políticos da presidenta legalmente
eleita pela maioria dos eleitores brasileiros. Como resposta, o vice-presidente
em atividade passou a reprimir violentamente estes movimentos com fortes
ataques militares contra os manifestantes que não reconheciam legitimidade de
Michel Temer.
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Os movimentos sociais e sindicais percebendo que os deputados e
senadores poderiam derrubar o governo Dilma, passaram a organizar movimentos
por Diretas Já e em defesa dos direitos da classe trabalhadora que estavam
sendo destruídos com reformas que a presidenta não concordava. Estávamos
vivendo uma espécie de neoliberalismo econômico atrelado a políticas
neonazistas de fato.
Entre 2015 e 2016, os grupos políticos conservadores, conseguiram
avançar suas pautas antidemocráticas e antipopulares e construíram as bases
para a cassação do mandato da presidenta Dilma.
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Foi criada uma narrativa de que existia muita corrupção e desvio de
ativos da Petrobrás e em nome dos empresários acionistas americanos, se passou
a pressionar o governo através de um bombardeio de notícias de corrupção dentro
da Petrobrás. Essa foi a principal mola propulsora do golpe contra a presidenta
Dilma Rousseff.
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Esses são alguns discursos que prevalecem nas redes sociais e na grande
mídia, em que alguns analistas políticos tendenciosos, tentam explicar o fenômeno
como um movimento social espontâneo que juntou pautas anticorrupção e
antipolítica. Mas na verdade, ficou claro ao longo das revoltas que existia um
dedo invisível do mercado, de grandes corporações pelo controle de recursos
energéticos como o Pré-Sal, bem como pela aceleração de reformas ultra
neoliberais que estavam sendo desaceleradas pelos governos do PT e o momento
político era justificado pela continua e orquestrada ação antipetista, que
naquele momento eram simbolizadas por Dilma e Lula.
Agassiz Almeida, em uma artigo de março de 2020 (Brasil, 247),
publicou que "o então Presidente Jair Bolsonaro determinou que o
Ministério da Defesa fizesse as “comemorações devidas” para que as Forças
Armadas celebrassem o Golpe de 64. Esses fatos e atitudes golpistas
recentes, são os piores absurdos desse governo, que foi eleito pela via do voto
e se utiliza da democracia para fazer apologia ao golpe militar, ditadura e
generais sanguinários. A violência política, a subtração dos direitos políticos
e a perseguição aos opositores marcaram o retrocesso desse governo. Então temos
nos preocupar com uma pedagogia que implique no resgata da memória e da luta
contra qualquer tipo de opressão e violência política.
Vencida a etapa de cassação da presidenta Dilma, todas as forças
midiáticas e jurídicas se voltaram para o ex-presidente Lula (PT), que já em
2017, liderava todas as pesquisas da corrida presidencial, ganhando em primeiro
turno de todos os possíveis candidatos. Lula e os partidos de esquerda que eram
próximos foram fortemente atacados e a ideia principal era tornar o
pré-candidato inelegível, lhe imputando todo e qualquer tipo de suposto crime,
que lhe pudesse gerar uma prisão. A vida do ex-presidente e de sua família foi
devastada, tanto pela mídia, quanto pelas redes sociais e pela Lava-Jato, um
grupo de jurista que montaram uma equipe anticorrupção para julgar todos os
tipos de processos que envolvessem corrupção nas empresas estatais, tendo a
Petrobras como o principal alvo.
No caso de Lula que era acusado de todos os tipos de crimes, os
acusadores não se responsabilizavam pelo ônus das provas e simplesmente
atrelavam qualquer esquema de suposta corrupção era linkada com o Lula, de
invenções fantasiosas sobre a compra de um apartamento triplex, a compra de
sítio, desvios de recursos da Petrobrás entre outros crimes. Vazamento de
áudios de conversas do Lula com a ex-presidente Dilma foram vasados sem segredo
de justiça, expondo a vida e o maior cargo do país. Delações forçadas de
empresários que eram ameaçados e tinham suas empresas interditadas, até que
fizessem delações relacionando o ex-presidente Lula com supostos crimes de
corrução, até que em julgamentos sem provas e apenas pela força das convicções dos
procuradores, condenaram e prenderam Lula por 580 dias.
Enquanto as esquerdas batiam cabeça sobre um nome para substituir a
candidatura de Lula, Jair Bolsonaro e seus apoiadores de extrema direita
ganharam espaço em pautas e discursos conservadores, baseados e propagados em fakes
news, geraram uma disputa extremamente desigual e sem compromisso com a
verdade. Assim, Bolsonaro foi eleito, sempre atacando mulheres, negros,
indígenas, homossexuais e os direitos da classe trabalhadora.
Usou fakes news sobre discursos de ódio, conflitos religiosos e
outras pautas conservadores como aborto, gênero, e liberação de armas para a
população se defender e combater a criminalidade. Até uma suposta facada foi
usada politicamente para evitar a presença de Bolsonaro dos debates políticos.
Ao longo de quatro anos, com uma pandemia internacional de COVID-19,
negacionismo em relação a vacinação da população, com milhões de casos e
milhares de mortes o governo foi se desenvolvendo. crises ambientais,
escândalos de corrupção, liberação de crimes ambientais e reformas que
destruíram com os direitos de servidores públicos, desemprego, inflação foram
as máximas do governo. Os discursos e as práticas de extrema direita, isolaram
o Brasil no cenário internacional e Bolsonaro encheu o governo de militares,
apostando em um governo ditatorial.
Quando não conseguiram mais sustentar Lula na cadeia, pois seus
advogados provaram sua inocência em dezenas de processos, Lula se tornou mais
uma vez presidenciável. E nas primeiras pesquisas Lula já liderava sob todos os
pré-candidatos. Nesse meio tempo, Bolsonaro passou a estimular grupos para a
prática de atos antidemocráticos e para o questionamento das urnas eletrônicas
e das próprias eleições.
Nessa queda de braços entre fakes news, urnas eletrônicas e
corrupção na compra de vacinas para a Covid-19, Bolsonaro foi se desgastando e
perdendo espaço nos cenários eleitorais. Escândalos de seus familiares sobre
enriquecimento ilícito na compra de imóveis milionários, elevaram o tom golpista
de Bolsonaro, sempre aparelhando a Polícia Federal e Rodoviário aos seus
préstimos, além da tentativa de aparelhamento das forças armadas, como estímulo
ao discurso de golpe militar.
Como afirma José Soares em suas redes sociais, "Depois que Bolsonaro
passou pela presidência, ficaram para trás apenas os destroços do que foi um
grande e respeitado país: as árvores derrubadas, os rios poluídos de mercúrio,
as florestas queimadas, para dar lugar as passagens e a soja, o colapso na
educação e na saúde, a cultura perseguida, as políticas públicas destruídas,
direitos trabalhistas subtraídos, gente dormindo nas ruas e passando fome,
matança de indígenas, negros e favelados, genocídio na pandemia e os cambaus. E
ainda tem gente dita cristã, defendendo o infame!"
Com Lula candidato a presidente e a união de diferentes campos políticos
de esquerda e de centro, depois de um grande confronto entre as ideias
golpistas e de extrema direita com grupos de esquerda em defesa do estado
democrático de direitos, venceu o Lula e seus aliados. E entre o primeiro,
segundo turno e a posse do presidente Lula, os grupos bolsonaristas de extrema
direita, tentaram todos os tipos golpes, contra os resultados eleitorais.
Nesse meio termo, mais
escândalos de corrupção do governo Bolsonaro, em que ele esteve diretamente
envolvido, seus filhos e seus aliados mais próximos. entre os supostos crimes
aos quais existe alguma ligação com o ex-presidente vamos destacar seis, mas
a lista dos supostos crimes em seu governo é longa:
1) desvio/roubo (caso das
joias, barras de outro e compra milionária de imóveis;
2) Incitação ao crime, uso
do governo para propagar o uso indiscriminado do armas, inclusive com lives
semanais sobre o tema de armar a população;
3) Charlatanismo (negação
de uso de vacinas contra a covid e indicação e propaganda de remédios sem
eficácia para o tratamento de covid);
4) Corrupção (todo tipo de
ações para a compra de maioria do congresso nacional); Crimes Contra a
Humanidade (quase um milhão de mortos por covid e desastre dos povos indígenas
e o contra o patrimônio natural);
5) Uso irregular de verbas
públicas (vários exemplos, mais o pior deles com o cartão corporativo);
6) Fake News (milhões de
disparos em massa com notícias falsas, entre elas ataques a justiça eleitoral e
as bases democráticas da sociedade).
O ápice das tentativas de
golpe contra o novo governo foi no dia 08 de janeiro, com violentos ataques ao
patrimônio público na praça dos três poderes, com a destruição de prédios como
o Congresso Nacional, Palácio do governo e sede do Supremo Tribunal Federal
(STF).
Os atos de destruição e
vandalismo, alguns chamariam de burrice coletiva e ilusão da maioria, para o
ato golpista do dia 8 de janeiro, quando grupos de extrema-direita invadiram a
praça dos três poderes em Brasília, destruindo e depredando o palácio do planalto,
a sede do congresso e a sede do STF. Isso foi feito com a anuência de
autoridades públicas e forças de segurança e pelas linhas de investigação é
possível a participação efetiva do ex-presidente e filhos.
Entre os apoiadores de Bolsonaro, enquanto filmavam todos os
acontecimentos dos crimes que praticavam, uns mijaram e cagaram literalmente em
cima dos escombros e do rastro de destruição deixados por onde passavam. Essas
filmagens, eles próprios publicaram em suas redes sociais e algumas inclusive,
foram feitas ao vivo, em lives (chamadas de vídeo) por chamadas de vídeo.
A ideia era estourar em
Brasília, um caos político que se espalharia pelo resto do Brasil, como um
rastilho de pólvora que incendiaria os milhões de apoiadores do Capitão. A
opinião pública e muitos meios de comunicações condenaram esses atos de
vandalismo e, no decorrer das 72 horas pós ataques contra o patrimônio público
e contra a democracia, a justiça começou a agir e mandou prender centenas de
agressores.
Com as filmagens e postagens em redes sociais dos terroristas, foi fácil chegar
aos organizadores e mandantes desses atentados, mesmo assim, ainda temos muitos
empresários, pastores e políticos que estão sob a mira das investigações e
quase todos os dias, são emitidos mandatos de segurança para prender,
principalmente os mandates de tais atos criminosos.
O ex-presidente Bolsonaro, que estava nos Estados Unidos a noventa dias,
foi obrigado a voltar. Dois são os motivos da Volta do Ex-presidente: a) seu
visto expirou no dia 30 de março e já existia uma grande pressão política de
deputados e senadores americanos pela extradição do ex-presidente. Ele até
tentou manobrar ir para outros países, como a Itália, mas não conseguiu apoio
direto para o pleito; b) o segundo motivo da volta foi a intimação para depor
na sede da Polícia Federal em Brasília no dia 05 de abril as 09:00 horas.
Inicialmente sobre o escandaloso caso das joias, armas e outros objetos
que em valores ultrapassa 18 milhões de reais e entraram ilegalmente no Brasil,
vindo da Arábia Saudita como presentes a ele e seus familiares, esposa, filhos
e assessores diretos. Presentes no mínimo suspeitos, pois de acordo com as
declarações patrimoniais de 2,3 milhões não batem com tanto dinheiro, joias e
mansões espalhadas entre Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro
O ex-presidente ao chegar ao Brasil, caiu na real que voltou obrigado
pelas circunstâncias diplomáticas, pois já estava desagradando o governo
norte-americano e seu retorno forçado, pois foi intimado para depor PF, sobre
os supostos esquemas com mercadorias ilegais e ilícitos de milhões envolvendo
joias, relógios, armas estranhamente presentados pelos ditadores sauditas
Referências:
Dez Filmes sobre a Ditadura
Militar no Brasil
https://radicaislivreseco.blogspot.com/2022/03/geopolitica-ou-globalizacao-interrompida.html
https://radicaislivreseco.blogspot.com/2022/11/exercicios-fascistas-as-tentativas.html
https://radicaislivreseco.blogspot.com/2022/11/a-ilusao-e-irrealidade-como-metodo.html
https://radicaislivreseco.blogspot.com/2021/09/geopolitica-um-seculo-de-fascismo-e.html
https://radicaislivreseco.blogspot.com/2022/11/bolsonaro-o-silencio-incomum-de-um.html
https://radicaislivreseco.blogspot.com/2023/01/o-plano-era-cagar-nos-tres-poderes.html
https://radicaislivreseco.blogspot.com/2023/04/o-adoecimento-dos-norteamericanos-se.html
https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2015/04/01/conheca-dez-historias-de-corrupcao-durante-a-ditadura-militar.htm
ttps://www.brasil247.com/pt/colunistas/geral/388704/O-Golpe-de-64-e-a-democracia-militante.htm?
fbclid=IwAR2aFnVQiYc3GXM33WJiKMZyV2k889qmR9muMPd6l-LEwT9DmZNK-Yk3SAw
https://super.abril.com.br/historia/a-guerra-que-nao-acabou/
https://www.papodecinema.com.br/filmes/68/
https://www.brasildefato.com.br/2019/09/10/livro-recem-publicado-analisa-ascensao-do-conservadorismo-no-brasil
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/black-bloc-movimento-ou-tatica.htm
http://guarabira50graus.blogspot.com.br/2016/03/imagens-do-golpe-direita-tem-passe.html
http://guarabira50graus.blogspot.com.br/2016/03/brics-pre-sal-e-tentativas-de-golpe-no.htmlhttp://olharesgeograficos.blogs.sapo.pt/geopolitica-americana-nas-entranhas-da-9962
http://guarabira50graus.blogspot.com.br/2015/12/contra-o-golpe-de-cunha-e-da-direita.html
http://guarabira50graus.blogspot.com.br/2016/04/o-jurista-agassiz-almeida-filho-analisa.html.
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