Eleições dos Estados Unidos é Tudo a Mesma Coisa?
Por Belarmino Mariano.
Em fevereiro de 2024, no auge do genocídio de Israel contra os Palestinos, com apoia irrestrito do Partido Democrata, avaliei que Trump e os republicanos tirariam proveito e ganhariam as eleições, mesmo sabendo que os dois partidos são candidatos das guerras e parecem alimentar a única saída para o momento político Norte-americano.
Em fevereiro, quando os apoiadores de Trump fizeram esse carretaço com bandeiras pró-palestinos e condenando o apoio político financeiro e militar dos democratas ao Estado de Israel, percebi que Teump ganharia as eleições, pous a opinião pública mundial já estava defendendo o povo Palestino e condenando o genocídio.
A equipe de campanha de Trump leu as gigantes manifestações pró palestinos como divisor de águas nos erros geopolíticos dos Estados Unidos, cada vez mais odiados pelo mundo e esses eram os principais motivos armaram suas estratégias, justamente contra essa visão imperialista dominadora.
Nesse momento, podemos dizer que Donald Trump poderá ser comparado a um Terremoto de magnitude 7 ou 8, um tsunami do Atlântico ao Pacífico e ao mesmo tempo ou o "Tornado Trump", varrendo os Estados Unidos do Golfo do México, até os Grandes Lagos, na fronteira com o Canadá.
Em 170 anos de fundação do Partido Republicano (Grabd Old Party ou Grande Velho Partido), fundado em 1854, com a eleição de Abraham Lincoln, o primeiro presidente dos Estados. Agora com 19 mandatos dos republicanos eleitos para a Casa Branca, o velho partido assume a liderança do país em 47 eleições presidenciais.
Trump retornará a Casa Branca com "superpoderes", alguma coisa como governos totalitários do final do século XIX e as cinco primeiras décadas do seculo XX, pois nestas duas últimas décadas das eleições americanas, será o único presidente republicano a vencer eleições tanto no Colégio Eleitoral quanto no voto popular, além de ter feito maioria de goverdores em 37 dos 51 Estados americanos; maioria no Congresso Nacional (Deputados Federais e Senadores Federais); maioria dos Senadores estaduais e deputados estaduais, pois em alguns Estados existem assembléias bi-camerais e eleições de quarto anos, que conhecidem com o pleito presidencial.
Donald Trump, com toda a sua arrogância e extremismo, conseguiu convencer os eleitores que se voltaria para as questões internas e falando contra as guerras, "menos guerra e mais paz", venceu as eleições com uma gigante folga em relação aos Democratas.
Trump usou inclusive um verdadeiro arsenal de fakes news, mas foi mais moderado nos ataques misóginos, racistas, antilatinos e antimigrantes em geral e prometeu que vai acabar com os conflitos na Ucrânia e em Israel em menos de um mês. Agora veremos até onde isso será verdade!?
Se o Partido Democrata não conseguiu frear o indomável Trump e seus escandalosos extremismos de direita, quando ele tinha um governo com pouco controle político e econômico? Inaginem agora, com grande maioria em todos os cenários?
Trump chegará a Casa Branca muito mais poderoso do que havia saído, mas os problemas externos e internos dos Estados Unidos e do próprio mundo, vão para além dos limites da maior potência econômica e nuclear mundial.
Os interesses do Estado Norte-americano se confundem com os interesses das grandes corporações e os negócios empresariais do liberalismo econômico do país. Por isso, foram investidos bilhões nessa disputa eleitoral.
Quanto custou as eleições nos Estados Unidos? A imprensa do país avalia que foram gastos mais de 12 bilhões de dólares. Mas esse valor é muito maior e pode ultrapassar os cerca de 15 bilhões de dólares.
É importante dizer que Trump não foi eleito apenas pela força do ódio, da violência e das fake news. Alguns dados divulgados apontam que foram arrecadados mais de 5,5 bilhões de dólares em doações. Em reais isso ultrapassa 30 bilhões de reais. Isso é muito louco e ao que tudo indica é apenas a ponta do iciberg.
De acordo com dados da BBC Brasil (07/11/2024), Trump obteve 294 delegados e Harris 223 delegados do Colégio Eleitoral com 538 representantes. O eleito precisaria de apenas 270, mas obteve uma maioria significativa.
A vitória fos republicanos é incontestável, mesmo que as contagens dos votos, ainda estejam em andamento, pois as eleições são também para governadores, Senadores e Deputados, cargos em que o Partido Republicano também está sendo vitorioso.
Sempre lembrando que o vermelho, representa a cor do Partido Republicano e azul a cor do Partido Democrata. Dos 51 Estados, Kamala Harris poderá ficar com apenas 14, enquanto Trump caminha para vencer em 37 Estados.
Independente dos resultados finais, a eleição específica de Trump é uma "vitória da impunidade", pois o presidente eleito, ainda responde a vários processos criminais, inclusive de incitação a golpe de Estado. Mas como presidente, poderá se autoperdoar, inclusive de crimes políticos e econômicos graves que ele cometeu desde o seu primeiro mandato.
Nem foram concluídas as contagens dos votos e várias Teorias da Conspiração já circulavam em quase todas as redes sociais do mundo. "Trump comprou as eleições e fez grande maioria no Congresso Nacional e com isso governará com grande folga, inclusive fazendo tudo o que não conseguiu em seu primeiro governo.
A outra teoria é que, na América ganhou o candidato de Putin, dos oligarcas, magnatas e da extrema direita russa. O mais comum é a insistência de que a Rússia, China e até o Irā, interferiram nas eleições dos Estados Unidos para eleger Trump e tirar priveitos. Será?!
Uma coisa é certa, os discursos de Trump foram todos de redução das ações externas do país e se voltar pra o fortalecimento do mercado interno. Mas para garantir isso, Trump também ameçou taxar os produtos chineses em 60 ou até 100%. Mas também ameaçou taxar os produtos de outros paises como Brasil, México e Europa.
Se Trump cumprir todas as suas ameaças, em especial a "Guerra comercial" e a taxação aos produtos estrangeiros, voltamos para os dilemas do Mestre Budista. Por um lado, será ruim para a China, mas por outro lado, será bom para China, pois taxar empresas em todo o mundo, abrirá novos mercados para os chineses. Ou seja , tudo depende do que vêm depois. Será que é por isso os chineses e russos estão tão felizes com a vitória do Camarada Trump?
Se Trump cumprir sua agenda geopolítica de redução das interferências geopolíticas na Ucrânia, Coréias, Taiwan, Irã e outros países do Oriente Médio, mudan todos os cenários internacionais instáveis. Mas, talvez queira interferir na América Latina (Entenda como Venezuela), mas não será fácil, pois mexeria com interesses da China, Rússia, Irã e até do Brasil, México e outros.
Na verdade, não acredito em muitas propagandas e discursos ideológicos em redes sociais, mas Trump parece ter ganho fácil demais, para uma eleição que, segundo os institutos de pesquisas, esse era o pleito mais disputado e apertado da história política do país. Será que recebeu apoio de aliados do BRICS+.
Outros avaliaram que o discurso de extrema direita de Trump, os ataques diretos contra o próprio processo eleitoral do país e o rigoroso ataque aos imigrantes ilegais, além de uma inflação crescente e declínio econômio do país, atordoaram os eleitores dos EUA e muitos optaram por Trump.
Agora nos resta saber para onde vai a democracia e o neoliberalismo, quando Trump já tinha avisado que não aceitaria derrota e agora tem maioria absoluta vinda das urnas, com um poder de manobras radicais ou de 360 graus.
Os imigrantes são para o discurso de Trump o que os judeus foram para nazifascismo de Hitler e Mussolini na Europa da Segunda Guerra Mundial. Vejam que massacrar imigrantes é uma pauta da ultra direita na Europa e nos Estados Unidos, masxa dependência por imigrantes ainda é bem maior.
As grandes corporações tanto na Europa quanto na América, são completamente dependentes de imigrantes, em especial os imigrantes de elevada qualificaçãobdocente e profissional. Outro importante aspecto dos imigrantes é o preço baixo pago a essa mão-de-obra "ilegal". Será que Trump vai mesmo extraditar os milhões de imigrantes ilegais?
A vitória esmagadora de Donald Trump, na presidência, senado, câmara, colégio eleitoral, maioria dos goverbadores, supremo ultra conservador, zona rural, zona urbana e parece que os institutos de pesquisas erraram feio, pois era tudo muito apertado e ao final, as vantagens da extrema direita foi avassaladora.
Será que o Partido Democrata e o seu liberalismo clássico acabaram, assim como diziam que o PT e a esquerda havia morrido? Essa pergunta precisa ser feita, pois a visão democrática dos EUA é de que a democracia é pautada pelo liberalismo e se esse desenho político prevalece, os republicanos se tornarão muito fortes nestas próximas décadas.
Com essa eleição de Trump, estamos vivendo o caos da política, pois a extrema direita consiguiu crescer mais que o fascismo e do que o nazismo no começo do século 20? Um século depois e caminhamos para o pior dos mundos anteriores as duas grandes guerras mundiais e pós guerras.
Para onde caminha a humanidade, em um mundo permeado por guerras, tomado por crises ambientais, mudanças climáticas e neoliberalismo em crise? Caminhanhamos para o fundo do poço, independente das escolhas pouco democráticas e movidas aos bilhões de dólares. Trump apenas piora o que já piorou muito, em especial nessa última década, pois não se trata mais de direita ou esquerda.
Esse é o jogo do imperialismo capitalista e suas classes dominantes, inclua-se aí, as guerras físicas e seu grande negócio militar, as guerras fiscais e as taxas de juros para o mundo, as sansões econômicas ou embargos aos "inimigos" do sistema hegemônico.
Os frabicantes de armas, as grandes empresas de energia e combustível e o dólar, as megas empresas no topo do mundo. Esses são os reais interesses das eleições presidencial, dos Estados e Congresso Nacional, em uma "luta intestinal" entre grupos de direita e extrema direita.
Muitos olham para as eleições dos Estados Unidos e não entendem nada. Se existem cerca de 8 a 10 partidos no país e existiam mais de cinco candidatos, por quais motivos só falam em Republicanos e Democratas?
Onde estavam Chase Oliver (Partido Libertário), Jill Stein (Partido Verde), Cornel West (Independente) e Claudia De la Cruz (Partido pelo Socialismo e Libertação), os outros nomes, além do Donald Trump(Republicano) e de Kamala Harris (Democrata)?
Em alguns Estados, Jill Stein (Partido Verde), foi bem votado do que Kamala, inclusive foi duro em relação aos conflitos globais, genocídio contra os palestinos e condenou o mercado de armas. Mas esse desenho político dos Estados Unidos, não é efetivamente democrático.
Na verdade, o que temos é uma democracia controlada pelo poder econômico, onde esse poder compra os delegados que decidem indiretamente pelo povo, constroem um espetáculo de mágica midiática e alimentam todas as redes e meios de comunicação o tempo todo, como se uma eleição indireta, com dois partidos de direita estivessem disputando projetos distintos, mas ao final, se trata do mesmo projeto imperialista do capitalismo.
Para a grande mídia manipulada é como se estivessem de fato, em uma luta de vida ou de morte e até estavam, pois a extrema direita de Trump e dos ultra conservadores não reconheceriam uma potencial vitória de Kamala, pelo simples fato de ser uma mulher e negra, dentro de um mundo dominado por homens brancos, machistas e patriarcais (homem ideal americano).
Alguns estão avaliando que Trump vai atrapalhar os possíveis governantes de esquerda na América Latina, como Brasil (Lula) e governos do México, Colômbia, Chile ou Venezuela. Nesse quesito não vejo diferença entre Democratas ou Republicanos. São farinha do mesmo saco. Trump é apenas mais previsível e direto que os democratas mas controlar tudo é propósito dos dois partidas.
Agora é o momento de o Brasil acordar contra algum golpe mais acelerado e se tocar que a Venezuela precisa mais de apoio do que antes. Ampliar a aproximação com a China, Rússia e Irā são mais urgente agora.
Para os Norte-americanos tudo, para os imigrantes nada. "Arruma a mala aí que a rural vai arribar". Só de imigrantes ilegais do Brasil, se calcula maus de 200 mil, que podem começar a ser deportados a partir do dia 20 de janeiro de 2025. Vale lembrar que muitos são bolsonaristasce apoiaram Trump.
Outra coisa que poderá ser ruim para o Brasil com a vitória de Donald Trump está vinculada as taxação de produtos estrangeiros. O agronegócio do Brasil sofrerá um grande impacto, pois Trump vai taçar as comodities do agro e pelo que ele anunciou, serão aumentos que podem ir de 35% até 100% ou mais.
O agro brasileiro é um grande exportador para os Estados Unidos (café , suco de laranja, soja, frango, porco, carne bovina, frutas tropicais etc.), então aos bolsonaristas do agro, eu não estaria tão feliz com a vitória de Trump, a não ser que gostem de perder dinheiro e em dólar piora mais ainda.
Uma coisa é certa, Trump foi mais esperto que o Bolsonaro, pois soube se blindar juridicamente, com o mais caro escritório de direito e seu patriotismo é muito mais convicente e amedrontador, com tentáculos em todos os lugares. Já o patriota daqui era na verdade, um entreguista, aventureiro no comando de milicianos e contraventores.
As ações da extrema direita mundial são contundentes e não estão para brincadeiras, o outro aspecto geopolítico a ser analisado é a presença do Brics+, na construção de um mundo multilateral que se choca diretamente com os interesses geoeconômicos e geopolíticos dos Estados Unidos, portando, não vai ter arrego com Trump e não teria com Kamala também.
Os negócios do grupo econômico de Trump, tem muito interesse na Rússia e aliados, então, será possível uma reaproximação e até mesmo o completo estrangulamento da Ucrânia, coisa que os russos intensificaram nesse período das eleições americanas, pois até parece que já sabiam do resultado pró Trump.
Essa possível reaproximação dos Estados Unidos com a Rússia vai impactar fortemente a zona do Euro, pois os países da Europa Ocidental, foram levados pela OTAN a investirem na Guerra da Ucrânia, se Trump, de fato se afatar desse conflito, dando razão aos avanços de Putim sobre a Ucrânia, os grandes prejudicados serão os países europeus.
Já em Israel e no Oriente Médio, não vejo mudanças estratégicas em curto prazo. Mesmo sabendo que dentro dos Estados Unidos, existem muitos interesses sionistas, assim como em Israel e na Palestina. Mesmo sabendo que os judeus votaram em massa no Partido Democrata e contra Trump, pois existe muito interesse de grandes empresas americanas no Oriente Médio. Mas não acredito que Trump continuará a liberar os bilhões de dólares para o governo israelense, como estavam fazendo os democratas.
Trump sabe muito bem, que os desgastes do império no Oriente Médio, são incalculáveis. Quem lembra da saída desastrosa do Afeganistão, patrocinada pelo próprio Trump, ao final do seu primeiro governo? Mas, caso Trump faça tudo que prometeu e se voltar para os próprios Estados Unidos, será possível parar os investimentos militares no Oriente Médio.
Muitos defensores da esquerda esperavam uma vitória de Kamala Harris, pois seria uma mulher, afrodescendente e traços latinos, com a possibilidade de iniciar uma nova história política dos EUA. Mas basta lembrar que os Norte-Americanos são conservadores, extremistas, preconceitosos e machistas. Sem esquecer wue os "democratas", no geral, são tão de direita quanto os "republicanos".
Isso de mulher, presidenta negra pode até acontecer na ficção Hollywoodiana, mas na realidade, nunca que deixariam uma mulher negra, ascender a Casa Branca como a chefe máxima. O espetáculo da grande mídia foi feito e até certo ponto, criou mais fantasias sobre a participação popular e o processo democrático como maior exemplo a ser seguido pelo mundo e nessa cortina de fumaças a história se repetiu mais uma vez.
Mas o resultado eleitoral, parecido com o de muitos países europeus e latinos, apontam para a barbárie, para o fascismo e o nazismo escancarados, pois declaradamente, foi isso que Trump e seus apoiadores defenderam e propagamoa quatro cantos, diante da crise internacional vivida pelo imperialismo capitalista, refletida diretamente no país, ir ba direção da extrema direita foi a pior saída escolhida, tanto pelo Colégio Eleitoral, que já daria a vitória ao Trump, quanto pelos cidadãos comuns e suas elites.
Será que com Trump o sistema democrático liberal intervencionista irá mudar a sua órbita e os EUA se voltarão para si próprio, como prometido por Trump? Não acho que mudará um centímetro se quer, por isso, dizer que não muda quase nada. Com a segunda eleição de Trump essa crise se acentuará ainda mais.
Será que o sonho americano acabou, foi tomado pelo medo, pela violência discursiva e pelo fim da democracia de fato? Será que a democracia, que já era rara no "país das liberdades vigiadas", acabou de vez? Será que os bilionários das redes sociais irão dominar o mundo, elegendo seus fascistas favoritos?
O mais simples a analisar, nos dias atuais, os EUA agora tem grandes concorrentes internacionais e a geopolítica das intervenções militares e das grandes coorporações, não estão dando tão certo, como deram desde a dolarização (1944), OTAN, FMI e Banco Mundial e Guerra Fria. Com a crescente desdolarização da economia global, os ianques terão que se reinventar.
O Trump precisa reinventar a América ou afundar de vez o sistema neoliberal, pois o BRICS+ estão dando adeus a hegemonia do dólar e não vai adiantar fazer embargos, sansões e guerras fiscais contra chineses, iranianos ou russos, pois o mundo em que vivemos é interdependente, desigual e combinado.
Para as esquerdas mundiais um alerta, através de grandes mídias e de redes sociais manipuladas e muito bem pagas, democracia é uma palavra que perdeu completamente o sentido, ficou amarrotada e entregue nas mãos de lunáticos perversos e violentos como o Trump. Isso tudo com a ilusória participação popular.
Assim como já aconteceu nos grandes impérios da história humana, parece que surgiu um novo e poderoso imperador, salvador do mundo caótico e pronto para as missões impossíveis. Não como repetição exata da história, mas como decisão trágica da humanidade a partir de um poderoso poder econômico e de uma metáfora chamada democracia, que veio das elites gregas e agora é totalmente empoderada pela burguesia e o imperialismo decadente chamado capitalismo selvagem.
Se vocês acham que as coisas estão ruins para os argentinos de Milley, assim como estava para os brasileiros da época de Bolsonaro, ou para is paises europeus conduzidos pela extrema direita, imaginem o bilionário Elon Musk como Ministro X de Donald Trump e dos republicanos?
Por Belarmino Mariano. Imagem das redes sociais (BBC Brasil e CNN Brasil).
Fonte de pesquisa: ICL Notícias (06/11/24); Brasil 247 (06/11/2024); OperaMundi (06/11/2024); Brasil de Fato (07/11/2024).
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