Trump Não Indicou Embaixador Para o Brasil, Desde Sua Posse e Arranhou as Relações Diplomáticas Entre as Duas Nações.
Por Belarmino Mariano*
A última embaixadora dos EUA no Brasil foi Elizabeth Bagley, desde a posse de Trump em primeiro de janeiro, que o país está sem um titular da vaga, desde que Trump assumiu a presidência, quando ela se despediu do cargo, deixando um grande vácuo de poder e falta de respeito diplomático entre os dois países.
Atualmente a representação dos EUA no Brasil é conduzida pelo encarregado de Negócios da Embaixada, Gabriel Escobar, que atua como uma espécie de interino, mas não tem o mesmo efeito diplomático, como deveria ser, entre países amigos e soberanos.
Um(a) embaixador(a), é o/a maior representante diplomático do governo de um país com outro. A Embaixada é um território político e administrativo dos interesses de um país, legalmente e inviolável, dentro de outro. Quando um governo não indica um embaixador é o indício de má intenção diplomática ou algum abalo nas relações.
O Brasil, desde a sua independência republicana, em dois séculos, mantém excelentes relações diplomáticas com os governos dos EUA e esse descaso de Trump com a diplomacia brasileira, demonstra uma completa falta de respeito e fraqueza política, diante de grandes relações econômicas, politicas e culturais entre as duas nações.
Essa completa falta de reciprocidade diplomática é a prova contundente de um governante que não respeita os laços históricos entre as duas nações. Logo, vemos o que está acontecendo nesse momento, justifica o quanto o governo Trump pretende com o Brasil, gerando desconfiança unilateral e desconforto para o governo brasileiro e para sua equipe diplomática.
O Brasil já é oitava maior economia do mundo, com dezenas de empresas multinacionais norte-americanas atuando no país em séculos, mas o governo dos EUA não se dignifica em nomear um embaixador, para cuidar dos interesses dos seus cidadãos e empresários, com fortes laços econômicos aqui no Brasil.
Essa vacância abre brechas para o desrespeito político, aneaças economicas e desconhecimento proposital das relações e acordos diplomaticos mútuos. Recentemente O presidente Donald Trump, resolveu atacar a soberania brasileira, com interferência em nosso judiciário, nossas leis e até mesmo em decisão política e econômica do Brasil.
Enquanto isso, o governo Lula/Alckmin, através do Itamaraty (Conselho Diplomático Brasileiro), estão negociando centenas de acordos multilaterais, sem taxação e com solidez, em especial com a Câmara de Comércio dos EUA e de outros países. Isso colou o Brasil em segundo lugar no crescimento do PIB trimestral, deixando os EUA em terceiro e a China em primeiro. Então, essa posição do Brasil, deve estar preocupando o Trump, que até o momento, não indicou embaixador ao Brasil faz chantagem sem diplomacia efetiva.
Outro motivo aparente dessa relação fria e desprezível do presidente Trump é o fato de o Brasil integrar o Bloco Econômico do BRICS, ao lado da Rússia, Índia, China, África do Sul e dezenas de outros países. Isso vem incomodando Trump, que vive ameaçando os membros do BRICS com tarifas e embargos econômicos.
Essas atitudes de falta de um embaixador oficial são normais em países inimigos, que estão literalmente em conflito e em desacordos políticos e econômicos. Quando ocorre é porque houve um ataque terrorista, uma tensão geopolítica, um conflito armado, então, os governantes chamam seus embaixadores e funcionários e fecham a embaixada. Ou são convidados a se retirarem, com o corte oficial das relações diplomaticas. Mas, por incrível que pareça, o Trump, mesmo com dezenas de embargos contra a Rússia e a China, manteve seus embaixadores naqueles países, enquanto no Brasil, desrespeitosamente, criou essa vacância, como se nosso país fosse algo insignificante para os interesses do governo Trump.
Quem lembra daquela frase ou adágio popular: "quem desdenha quer comprar", o Trump sabe que o Brasil é um importante parceiro comercial dos EUA, que aqui existem dezenas de grandes conglomerados de transnacionais e multinacionais norte-americanas e que o Brasil é o segundo país com as maiores reservas de minerais tradicionais e terras raras do mundo. Mas estranhamente, ao invés de aumentar os laços e a confiança diplomática com o Brasil, Trump resolveu nos desrespeitar e até certo ponto nos confrontar diretamente.
O estranho é que mesmo em conflito geopolítico com outras potencias do BRICS, Trump indicou embaixadores. Na Rússia, o atual embaixador é John J. Sullivan, no cargo desde fevereiro de 2020. Na China, O presidente Donald Trump, escolheu o ex-senador David Perdue para embaixador em Pequim. Mesmo com forte guerra comercial e tarifária, além de embargos entre os governos dos três países, devido aos conflitos geopolíticos entre essas três nações, como as guerras na Ucrânia, na Síria, em Israel e até mesmo, as tensões no território chinês de Taiwan, além de disputas geoestratégicas no Sudeste asiático.
Então, parece que existe uma clara rusga de Trump com o governo do Brasil, ou ele pretende criar, para justificar suas ambições , daí a falta de uma diplomacia clara. Será que já era essa a intenção, em querer pegar as nossas terras raras ou minerais críticos, de grande valor comercial, esperando uma submissão do governo brasileiro?
Será que a ideia é querer transformar o Brasil em uma Argentina ou Venezuela, para poder explorar os recursos facilmente, como ocorreu com o golpe contra a presidente Dilma Rolseff,para controlar o Pré-Sal (petróleo em mares profundos), por isso, tantos ataques da grande mídia imperialista ao governo do Brasil e a orquestração golpista das bigtechs dos EUA contra a nossa democracia, inclusive com ameaças fortes as nossas leis e ao poder judiciário brasileiro?
Uma coisa é certa, Trump ameaçou o Canadá, ameaço o México, ameaçou a Groelândia, aneaçou o Panamá e ameaça quase todos os países do mundo. Viu que os governos do Canadá, México e Dinamarca não cederam as suas chantagens e pressões, mesmo assim, mantém seus embaixadores por lá, como se nada tivesse acontecido.
Mas estranhamente, não indicou um embaixador ao Brasil e agora veio chantagear o governo brasileiro, interferir em no judiciário, questionou o sistema de pagamentos (Pix) e ameaçou o Brasil com uma taxação de 50% sobre todos os produtos, tornando instável e impossível uma balança comercial e empresarial que, até então, funcionava sem percalços há mais de dois séculos.
Donald Trump já deve ter percebido que o governo Lula "não é vira-lata", que iria ceder fácil e sair da sua posição de um dos maiores líderes políticos mundiais, para aceitar as chantagens e ameaças de um governante claramente de posições fascista e extremistas. Trump é um daqueles extremistas autoritários, que usa os EUA como escudo para sua ideologia de extrema direita, negando acordos, desfazendo protocolos e ameaçando a todos os governos com os quais não concorda.
Essa loucura tarifária de Trump contra todos os países do mundo, em uns mais do que em outros, é a declarada decadência do imperialismo dos EUA. Pois se durante a Guerra Fria de 1945 a 1995, os EUA, interferiam diretamente nos países, através dos golpes de Estado e mudanças autoritárias de governos. No mundo globalizado e multipolar do século 2, não existe mais espaço para tal lógica.
Já diziam meus pais: "respeito e bom e eu gosto". O Brasil é um país soberano e, em apenas dois anos e meio do governo Lula, já abriu mais de 300 novos mercados para o país,brequilibrando a balança comercial, aumentando o PIB, reduzindo o desemprego, reequilibrando as contas públicas. Com isso, atraiu dezenas de grandes empresas a se instalarem no Brasil e conseguiu terar o Brasil do mapa da fome mundial (ONU) pela segunda vez.
Lula, que foi o proponente da criação do BRICS, desde o seu primeiro governo (2003), tem ampliado em muito as relações com os parceiros do BRICS, mas também com a Europa, com os países Nórdicos, com a África, com a Ásia e Oceania, Oriente Médio e inclusive com a América do Norte, comprando muito mais aos EUA, do que eles compram ao Brasil.
Se Trump já havia taxado o Brasil em 10%, sem negociação e agora queria taxar em mais 50%, está achando que vai transformar o Brasil em uma Argentina ou Venezuela, "pode ir tirando seu cavalinho da chuva", pois a economia brasileira e diversificada, forte e em pleno crescimento, mesmo com os ataques frontais e pressão externa, os dois países sairiam perdendo muito.
Essas ameaças de Trump alertou o governo e os empresários brasileiros para uma coisa, em alguns setores estratégicos do mercado brasileiro, certamente poderia comprar de outros parceiros e os produtos brasileiros são cruciais para os próprios EUA, com o grande interesse de outros países.
Países de varias partes do mundo, tanto da OMC, como do G-7 e do próprio BRICS, prestaram solidariedade imediata ao governo brasileiro e dexararam o claro interesse em comprar os produtos do Brasil, que se tornariam inviáveis com a injusta taxa de 50% imposta por Trump.
As ameaças de Trump em taxar o Brasil em 50% estavam previstas para primeiro de agosto, mas, mesmo mantendo essa taxação, Trump recuou, pois no mesmo documento em que assinou, colocou uma lista com quase 700 itens brasileiros insetos da famigerada taxa. Em outras palavras, Trump taxou, mais não taxou.
Como diz a imprensa dos Estados Unidos, foi mais um blef autoritário e golpista, fruto da espetacularização midiática e teste de força contra o Brasil. Mas esse jogo sujo teve um elevado preço, pois quebrou a confiança mútua, gerou instabilidade econômica e financeira e obrigou o Brasil a rever suas relações diplomáticas, sempre amigáveis e cardeais com os EUA.
Trump chegou a impor uma perseguição ao Ministro Alexandre de Moraes, presidente da Suprema Corte do Brasil (STF), cancelando seu passaporte e lhe incluindo na Lei Magnistky de personalidade non grata nos EUA. Essa interferência no judiciário brasileiro é motivo de repúdio internacional, pois o Brasil é um país soberano, democrático e independente.
De uma coisa Trump já sabe, mexer com brasileiro, não é coisa muito boa não. Faz exatos 15 dias que ele está sendo massacrado em todas as redes sociais brasileiras, inclusive nas grandes big-tches (X, Facebook, Instagram, WhatsApp, Telegram, YouTube, TikTok), quase todas dos próprios EUA e que atuam no Brasil.
Os brasileiros também passaram a condenar os falsos patriotas, vira-latas e lambe botas de Trump. A família de Jair Bolsonaro e seus aliados, que sempre prestaram continência para a bandeira americana, sentiu o impacto em apoiar as medidas taxativas de Trump, ações que ameaçou desestabilizar o Brasil. Mas, os brasileiros são pessoas alegres, acolhedores e solidários. A paz e as boas relações com o mundo é uma das marcas do Brasil e dos brasileiros.
Mas existem alguns idiotas aqui, alguns poucos fascistas que se escondem atrás de perfis falsos e atacam a soberania e a democracia. Tem alguns políticos fascistas e golpistas que, no primeiro arrocho fogem do Brasil "como o diabo foge da cruz". O maior e pior exemplo atual de antipatriotas é o Deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), que fugiu para EUA e lá, juntamente com uma meia dúzia de extremistas de direita, estão conspirando contra a soberania, contra a democracia e a justiça do país.
Esperamos que o atual Congresso Brasileiro, através dos seus presidentes Hugo Motta e David Alcolumbre pautem a cassação de Eduardo Bolsinara, pois esse Deputado, tramiu contra os interesses do pais, se tornou um traidor da pátria e precisa ser julgado e condenado, de acordo com a Constituição. Que o mesmo aconteça com seus compassas.
*Por Belarmino Mariano. Imagem de Elizabeth Bagley, última embaixadora nos EUA no Brasil. Fonte: rede social da Embaixada dos EUA, Brasil 247, CNN Brasil, UOL, ICL Notícias, Plantão Brasil.
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