Geopolítica: Invasão da Embaixada Venezuela com apoio de filho do Presidente Bolsonaro.



Por Belarmino Mariano Neto
Essa ação fere as relações diplomáticas no contexto da Convenção de Viena que começou a ser discutida e aprofundada desde 1969 e se consolidou em 1980.
De acordo com artigo da Carta Capital, O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL/SP) afirmou, na manhã de quarta-feira 13, que apoia a invasão da embaixada da Venezuela em Brasília. “Ao que parece agora está sendo feito o certo, o justo”, disse em seu Twitter o filho do presidente Jair Bolsonaro (Alexandre Putti, Carta Capital, 13/11/2019).
Já existia uma situação gravíssima, pois o governo Bolsonaro, não reconhece o Governo Maduro, mas mantêm sua embaixada em Caracas e ainda apoia uma embaixadora fantasma do autoproclamado presidente Juan Guaidó. Mas o filho do Presidente, Eduardo Bolsonaro (Deputado Federal PSL/SP) e presidente da comissão de relações exteriores da Câmara dos Deputados, declarando apoio a investidas golpistas contra um território venezuelano no Brasil, fere profundamente a Convenção de Viena, a qual o Brasil é signatário.
Dentro dos cinco pilares das relações diplomáticas, estão a proteção do governo aos cidadãos estrangeiros que estiverem no país; garantia de segurança humana e patrimonial das embaixadas e consulados; garantia de acordos, relativos as questões dos direitos humanos, ambientais e culturais dos povos em suas relações diplomáticas e negociações políticas e econômicas como intercâmbios, proteção política a exilados e refugiados entre outras ações previstas na Convenção de Viena para os tratados das Relações Diplomáticas Internacionais.
Uma Embaixada é um território autônomo e pertencente ao país ao qual representa. O embaixador, Consul e suas equipes respondem apenas ao seu governo e também se encontra no país para dar apoio jurídico e políticos aos seus concidadães que estejam no país daquela embaixada.
Outro vexame, foi que o ocorrido se deu exatamente quando o governo brasileiro recebia chefes de governos dos países que formam o BRICS (Bloco Geoeconômico composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), deixando o próprio presente brasileiro em uma saia justa, principalmente pelas suas declarações anteriores de que, não reconhecimento o governo venezuelano, ao qual todos os demais países do BRICS, reconhecem como legítimo, inclusive dando apoio político, econômico e até militar.
Uma provocação, uma falta de bom censo e na pior das hipóteses, uma ação orquestrada e com apoio do
próprio filho do presidente Bolsonaro.
Em relações diplomáticas e econômicas internacionais, o Brasil vive o seu pior momento. Primeiro se declarou um completo aliado do governo Trump, deixando em segundo plano, a China, seu primeiro maior parceiro comercial e de viés ideológico eminentemente Comunista, que vive uma declarada guerra comercial com os Estados Unidos.
Agora que Trump, não reconhece o Brasil para a OCDE, agora que o governo Trump embargou o mercado de carne bovina do Brasil e agora que o governo Trump, ignora o governo Bolsonaro, o presidente do Brasil, continua adotando as políticas neoliberais americanas, mas começou a flertar com os comunistas como a Rússia e a China.
O governo Bolsonaro não reconhece o governo Venezuelano de Nicolás Maduro, eleito democraticamente pelo povo da Venezuela, mas reconhece e apoia Juan Guaidó, autoproclamado presidente, sem nenhum voto para presidente, inclusive com uma embaixadora de um governo que nunca existiu.
Que país é esse? Que governo é esse? Por isso repudiamos, mais esse ataque a soberania do povo e do governo venezuelano:
# Todo apoio a Embaixada da Venezuela;
# Prisão e deportação aos invasores;
# Cassação de Eduardo Bolsonaro (PSL) por ferir a Constituição e os tratados internacionais;
# Responsabilização do governo brasileiro junto a ONU e a OEA pelos atentados contra a embaixada venezuelana.

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