Eleições para a Reitoria da UEPB

Por: Professor Nelson Jr* 

Nas próximas semanas a UEPB estará passando por uma consulta à comunidade acadêmica sobre os nomes d@s Futur@s Reitor@s e vice da instituição.  Essa é uma decisão importante para definirmos que universidade queremos. Na minha humilde leitura de um lado temos três candidaturas que se colocam no campo progressista, que defendem a liberdade de cátedra, a educação pública, gratuita e de qualidade para todos e; de outro, temos uma candidatura que se ajusta a concepção do Estado mínimo e de uma educação voltada exclusivamente a formação profissional técnica, sem alma, sem brilho, sem sonhos; produzindo conhecimentos voltados mais para gerar o lucro empresarial que a melhoria da qualidade de vida população.

Na UEPB vivemos períodos muito difíceis nos últimos anos, com constante desrespeito à lei da autonomia pelo governo estadual e, para piorar, com a redução e o congelamento do orçamento da Universidade por anos seguidos, o que obrigou a gestão da UEPB a se adaptar essa nova realidade. Ademais, com a eleição de Bolsonaro passamos a sofrer duros ataques às universidades públicas, com constantes cortes orçamentários para o conjunto das universidades mas, também, para órgãos como CNPQ e CAPES, impactando a produção científica brasileira, o ensino e a extensão universitária. Essa é a dura realidade da UEPB e das universidades públicas durante o governo Bolsonaro.  

Assim, diante deste cenário, nos próximos anos a UEPB precisará de uma gestão com capacidade técnica e política para continuar enfrentando esses desafios. Neste sentido, entendo que a chapa constituída pelas professoras Célia Regina e Ivonildes Fonseca se apresenta como a melhor opção para dar conta desses desafios e fazer a UEPB avançar no ensino com qualidade referenciada, na pesquisa voltada aos interesses públicos e na extensão comprometida com a transformação social. 

A professora Célia Regina tem a experiência administrativa e política necessária para ser gestora da UEPB. Não apenas vivenciou, mas contribuiu decisivamente com a gestão da universidade para atravessar a crise provocada pelos cortes orçamentários. Como Pró-Reitora de Administração, demonstrou equilíbrio, temperança, racionalidade prática, visão administrativa e capacidade de decisão não apenas para dizer SIM, mas também dizer NÃO quando necessário, pois as suas decisões deveriam sempre considerar o micro e o macro da universidade. Na PROGEP, a prof. Célia assumiu a tarefa de gestão das pessoas que fazem esta universidade funcionar, ciente que as suas decisões afetariam positiva ou negativamente a vida de mães e pais de famílias, filhos, pensionistas e colegas a caminho da aposentadoria. A experiência na gestão, aliada a sua sensibilidade e ao seu conhecimento da realidade das servidoras, foram fundamentais para que ela propusesse a administração da UEPB e ao CONSUNI políticas que atendesse a pauta das professoras como a flexibilização da jornada de trabalho para servidoras lactantes, fixação de percentual mínimo de cargos de gestão ocupado por mulheres e ampliação dos prazos de licença-maternidade e paternidade.  Outrossim, a professora Célia Regina tem clareza da importância da autonomia da Reitoria frente aos governos e sabe que, nas horas de divergências, seu lado sempre será sempre o da UEPB. No entanto, a prof. Célia também é uma mulher de diálogo e sabe da importância da harmonia com o governo estadual para solucionar as demandas da Universidade. 

Ora, se falo da capacidade de diálogo da professora Célia, o que dizer então da professora Ivonildes Fonseca? Nos últimos três anos a professora Ivonildes teve de intermediar vários conflitos surgidos no Campus III, em decorrência do acirramento dos ânimos na política nacional, com desdobramentos locais, sempre agindo para encontrar soluções intermediárias, que solucionasse o impasse mas garantisse que alunos e/ou professores pudessem seguir seus rumos na instituição. Além dessa capacidade para o diálogo, Ivonildes é uma professora comprometida com a luta em defesa da educação pública, notadamente da UEPB, sempre presente nas mobilizações em defesa da universidade e dos direitos dos docentes, discentes e técnicos. No seu campo profissional e acadêmico a Professora Ivonildes  sempre esteve associada aos movimentos sociais e compõe a equipe da Bamidelê – Organização de Mulheres Negras da Paraíba, além de ter sido uma das fundadoras do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI-UEPB-Guarabira). 

Por fim quero dizer que apoio à chapa Célia Regina e Vânia Fonseca para à Reitoria porque vejo nas colegas o claro compromisso com o fortalecimento da UEPB, enquanto Universidade Democrática e Transparente com foco na graduação, mas entendendo a centralidade da Pós-graduação, da pesquisa e da extensão.  Voto nas professoras Célia e Ivonildes porque ambas sabem da importância de formarmos cidadãos críticos, com capacidade de compreender e intervir para mudar a realidade, bem como de uma universidade que dialogue com a população, os movimentos sociais e os excluídos.

Agora é com elas!

*Professor Nelson Jr - Doutor em Psicologia. Departamento de Psicologia - UEPB.