Bolsonarismo e Odores da Crise

Por Belarmino Mariano.

O odor é o cheiro que identificamos através das narinas, pois foram memorizados ao longo da nossa existência.

O cheiro das flores, como o jasmim, as rosas, orquídeas. O cheiro do capim santo, capim de cheiro e das folhas caídas do eucalipto, são odores agradáveis que estão em nossa memória.

Também existem odores desagradáveis, como a putrefação de animais mortos, dejetos humanos secos em alguma beira de estrada ou o mofo produzido pela umidade e sujeira em ambientes fechados.

Hoje a tardinha, depois de um cochilo em minha rede, acordei com um cheiro de lenha queimando, depois senti um cheiro de carne de porco no ar.

Pensei, os odores da crise já podem ser percebidos ao longe.

Enquanto isso, lembrei da famílicia presidencial em Dubai, tirando onda de Monarca, enquanto a República afunda em odores de ovo, mortadela e frango. Seus náufragos tentam se agarrar em carcaças bovinas, fazendo fumaça para produzir odores de pelanca e banha.

A famílicia presidencial pousando de sheik da Arábia Saudita ou Marajá de Omã, desfrutam com o dinheiro público, dos odores do deserto em restaurantes de Dubai um prato de lagosta que pode chegar a $2.500,00 dólares.

Se juntarmos os odores de pizza em Nova York, com os odores de massas e molhos italianos, veremos que os odores da crise afetam principalmente os pobres, pois o cheiro de fumaça do fogão de lenha improvisado no beco de casa, impregna os cabelos, as roupas e a alma de quem não consegue mais comprar um botijão de gás.

O cheiro de putrefação desse governo Bolsonaro é insuportável. 611.000 mortos por Covid-19 e bilhões desviados para os porcos do Centrão que encenam democracia, mas em nome do povo, lhes retira direitos sagrados, tudo em nome da crise.

Estes leitões gordos e rosados das elites golpistas, precisam ser abatidos e assados em fogões populares de lenha.

Essa boiada sendo transformada em churrasco e picanha para os chineses, assim entendemos esse medo quase que traumático dos comunistas.

Enquanto a bancada do boi se regateia com mais dólares na conta, o cheiro das verdinhas é imperceptível para os pobres que reviram caminhão do lixo em plena luz do dia, ou os dejetos dos restaurantes e pizzarias ao final da noite.

Essa ferida aberta supura um odor insuportável, são milhões de desalentados que não sentem mais um cheiro de café no fogo e nem o cheiro de pão dormido indo pra assadeira.

Só quem vive a pobreza absoluta, sabe qual é o cheiro da fome.