GEOPLÍTICA DO BRASIL: GOLPES E DITADURA - 1964 NUNCA MAIS!

Capa de slids imagens das redes sociais.

Por Belarmino Mariano

O que segue é uma palestra sobre os últimos 50 anos de conflitos até que em 31 de março de 1964 foi instalada um Ditadura Militar no Brasil, em uma sequência de dezenas de outras ditaduras militares na América Latina. No Brasil como o maior país do continente Sul-Americano, os impactos da ditadura foram muito fortes e ainda povoam o imaginário de milhares de pessoas que foram atingidas diretamente pelo golpe.

Gostaria de dedicar estes slides ao Deputado constituinte Agassiz Almeida, um perseguido pela Ditadura e que fez importantes registros em defesa da democracia dos direitos constitucionais. Ele nos contou em uma entrevista que " - Na madrugada de 1° de abril de 1964, os generais golpistas cometeram vários crimes previstos na legislação que vigorava na época (Lei nº 1.802/ 53), a exemplo da promoção de insurreição armada contra os poderes do Estado (reclusão de 3 a 9 anos) ou de atentado contra a vida, a incolumidade e a liberdade do Presidente da República (reclusão de 10 a 20 anos). O Brasil foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, em 2010, por crimes contra a humanidade praticados durante a ditadura militar de 1964".

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Escolhemos essas imagens para destacar que uma das mais violentas ações do regime autoritário de 1964, ocorreu contra a classe trabalhadora, em especial contra o Movimento das Ligas Camponesas, com o assassinato de líderes como João Pedro Teixeira da Liga de Sapé/PB. Os crimes continuaram e ainda ocorrem como antes, ao exemplo da líder sindical Margarida Maria Alves (Alagoa Grande/PB) ou Marielle Franco (mulher negra e da periferia. Vereador do Psol do Rio de Janeiro).

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Grandes líderes mundiais estiveram na linha de frente, lutando contra os regimes autoritários, coloniais e racistas. Mahatma Gandhi (Índia); Martin Luther King Jr. (Estados Unidos) e Nelson Mandela (África do Sul). Ainda hoje esses líderes representam os milhares de movimentos pacifistas e democráticos em todo o mundo. Suas lutas não foram em vão, mas milhões de pessoas foram mortas nestes países e em locais onde eram instaladas ditaduras militares, fossem de direita ou de esquerda. Na américa Latina, foram instaladas dezenas de ditaduras em quase todos os países:

 

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memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br


Quando lemos do filosofo Confúcio ao afirmar que "uma imagem vale por mil palavras", ele se referia a ideogramas chineses que expressavam alguma comunicação política e ética da vida cotidiana. Essa fotografia da época da Ditadura Militar brasileira, que se estendeu de 1964 a 1985, vale por milhares de palavras, pois estamos diante de um civil desarmado sendo atacado por dois militares armados. Para aqueles que afirmam que durante o regime militar golpista não houve violência, basta mostrar essa imagem.

 


Imagem: memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br/Arquivo Nacional




Imagem: memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br/Arquivo Nacional

Alguma dúvida quanto à violência praticada contra a sociedade civil durante a Ditadura Militar brasileira? Constantemente encontramos youtuberes tentando construir uma outra versão sobre o período autoritário da história do Brasil e desavisados, em muitos casos reproduzem esse discurso de que o regime militar salvou o brasil dos comunistas e melhorou as condições de vida do país. Como demonstra o artigo de Marcelo Freire (Uol de 2015), durante a Ditadura Militar, ocorreram grandes atos de corrupção, que foram abafados e encoberto da sociedade, pois os principais meios de comunicação eram violentamente censurados ou simplesmente cooptados para noticiar o golpe como uma revolução necessária

 



Imagem: memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br/Arquivo Nacional

 

Imagem: memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br/Arquivo Nacional

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Imagem: memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br/Arquivo Nacional

Como observamos em imagens anteriores, a Rede Globo, sempre esteve do lado errado da história. De acordo com relatórios da Comissão da Verdade, a imprensa, artistas e os agentes culturais eram perseguidos, as universidades e escolas secundárias eram vigiadas e os estudantes e professores que protestassem eram perseguidos, presos, torturados e muitos desapareceram nos porões da Ditadura Militar.

As cavalarias do Exército Brasileiro, cavalgava pelas ruas e avenidas das capitais e grandes centros urbanos do país, em uma imagem signal de homens fardados e cavalos, amedrontavam as pessoas, com uma demonstração de força e animalismo bruto.

 

Imagem: memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br/Arquivo Nacional

O crítico de Cinema Marcelo Muller (Papo de Cinema, 2017), destaca o filme 68, do cineasta francês Patrick Rotman, como um dos mais reveladores filmes memorialísticos sobre a violência política em vários países do mundo, a partir de imagens da época. O cinema brasileiro conta com dezenas de filmes sobre a época da Ditadura Militar e foram construídos com base em situações e personagens que viveram a realidade da violência política durante a ditadura militar (Segue uma lista com os dez filmes mais destacados). Na área musical, muitos cantores e compositores foram censurados, perseguidos, presos ou tiveram que se exilarem para escapar da sanha assassina dos ditadores.

 

Imagem: memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br/Arquivo Nacional

Imagem: memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br/Arquivo Nacional

 

Imagem: memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br/Arquivo Nacional


Quanto mais os militares perseguiam os artistas ou músicos, mais eles usavam sua arte e sua voz para protestar e resistir ao regime autoritário. Muitos consideram o período de maior produção musical da história da Música Popular Brasileiro, com músicas de protesto e de resistência na luta em defesa da liberdade de expressão, da democracia a da cultura popular.  Mesmo com o fim do regime militar a partir de 1985, a violência política com diretrizes de extrema direita e defesa da volta dos militares, sempre foram fomentados em grupos que não reconhecem os processos democráticos.

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No início do século XXI, entre 2005 e 2015, em pleno processo de redemocratização do Brasil e com a ascensão das redes sociais, grupos de extrema direita se propagaram pelo mundo e no Brasil não foi diferente, desde movimentos neonazistas e neofascistas até representação política em partidos de extrema direita, passaram a alimentar ataques a governos que defendia a democracia popular e os interesses e direitos sociais, além de xenofobia e preconceito regional, passaram a ser comuns e expressões em redes sociais e até mesmo nas vias públicas dos grandes centros urbanos.

 

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Em 2013, os ataques contra a democracia e contra o governo da presidenta Dilma Rousseff (PT), ganharam as ruas e com apoio da grande mídia e dos partidos de direita e extrema direita, passaram a ocupar as ruas em protestos que nem sempre sabíamos por quem eram de fato motivados. A imagem que segue é o melhor exemplo de que os protestos eram por qualquer coisa ou coisa nenhuma. Mas havia alguém orquestrando essa dissonância política. 


Imagens Brasil de Fato, Junho de 2013

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 Ainda existe um grande debate teórico sobre esses movimentos mascarados, de onde vieram, quem são e quem os financia. Uma coisa é certa, alguns grupos estão ligados aos movimentos libertários radicais como anarquistas, mas a grande maioria lembra bem vândalos de extrema direita como os neonazistas. Esses grupos passaram a agir com muita violência e em muitos casos com a depredação, principalmente de patrimônio público, o que deixou muitos pesquisadores em dúvidas sobre os reais propósitos políticos dos grupos que evitavam ser identificados

O mais marcante foi observarmos que, os grupos extremistas que atuaram com o método do vandalismo para instalar o caos, cumpriu uma agenda inicial de tocar o terror e gerar uma instabilidade política que era propagada pela grande mídia como um estado de sítio, em que o governo federal havia perdido o controle da situação e o país estava em uma situação de ingovernabilidade.

Cumprida essa agenda, os Black blocs sumiram como a fumaça das suas ações destrutivas. Ainda hoje não sabemos quem eram, se foram presas e se responderam algum tipo de processo.

Na sequência veio uma nova leva de grupos que, se vestiam de verde e amarelo como em uma encenação de patriotas ou nacionalistas. O mais grave é que esses grupos tinham lideranças, geralmente jovens e personalidades com um discurso apolítico, chamando as pessoas através das redes sociais para ocuparem as ruas, com camisas da seleção, bandeiras do país e em meio a essa multidão, faixas e cartazes defendendo a volta da ditadura militar e a intervenção das forças armadas e o pedido de cassação da presidente.

Alguns grupos de extrema esquerda, também se confundiram com o que estava acontecendo e até chegaram a declarar apoio aos protestos, mas na medida em que avançavam os ataques as bases da democracia brasileira, os grupos de extrema esquerda recuaram e passaram a fazer duras críticas aos métodos de vandalismo enquanto ação política.

As manifestações de 2013 e uma nova onda fascista no Brasil. 

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Na sequência, grupos de extrema direita, com nomes e figuras sociais que atuavam por dentro das redes sociais passaram a tentar capitanear a força dos movimentos para propósitos antidemocráticos e de ataques diretos ao governo de Dilma Rousseff e a todos os partidos de esquerda, numa clara demonstração neofascista e neonazista de ataque aos ideais socialistas ou comunistas.

 A violência política entre 2013 e 2014, ano eleitoral foi totalmente atrelada a um discurso de defesa da volta de uma ditadura militar e de clara ação antidemocrática e golpista. As imagens golpistas com faixas e cartazes e forte ação nas redes sociais, chamavam as pessoas para as ruas e nem todos entendiam o que estava realmente acontecendo.

 

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Na mesma linha do que ocorreu a partir de 2010 no mundo árabe, com a chamada "primavera Árabe", em que através das redes sociais surgiram centenas de movimentos, lutando contra determinados governos que não eram aliados dos Estados Unidos. Demonstrou que existiam forças políticas internacionais de extrema direita que estavam atuando em várias frentes e o Brasil que até aquele momento era governado por partidos de esquerda, passou a ser alvo de manifestações gigantescas.

Comparação entre a primavera Árabe e as manifestações no Brasil em 2013. 
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Não se descobriu quem eram os organizadores e financiadores diretos, mas ficou claro que era uma articulação que tinha o apoio da grande mídia, de partidos de direita e extrema direita e até mesmo de grandes empresários, ligados ao agronegócio, indústria e comércio. A imprensa tentava criar um discurso de que se tratava de um movimento espontâneo da sociedade, em que as pessoas estavam nas ruas, pois eram totalmente contra as políticas econômicas e sociais adotadas pelo governo Dilma. Mas, mesmo com todos estes movimentos, a presidenta conseguiu se reeleger para o segundo mandato, derrotando uma gigante coalizão de partido da direita, encabeçados por Aécio Neves (PSDB/MG), deixando os grupos de direita e extrema direita mais revoltados ainda

Violência política no Brasil da Extrema Direita.
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Em diferentes estados brasileiros com governadores de direita e em Brasília passamos a vivenciar uma violência militar injustificada, com ataques constantes a trabalhadores e outros setores da sociedade, em especial entre as populações periféricas e mais vulneráveis. O discurso de "bandido bom é bandido morto", os ataques contra nordestinos em centros como São Paulo e Rio de Janeiro, eram algo comum, pois o Nordeste havia dado uma grande maioria de votos na reeleição da presidenta Dilma.

No Congresso Nacional, grupos políticos de direita e extrema direita armaram uma cassada e perseguição política aos atos da presidenta e dia a dia, criaram um itinerário de ingovernabilidade. Mesmo assim, a presidenta conseguia articular grandes negócios e ações políticas e econômicas internacionais como a participação do Brasil no BRICS.

 

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Sem motivos reais para a cassação de Dilma Rousseff, o seu vice Michel Temer (MDB) rompeu com o governo e passou a atacar e dar subsídios para derrubar a presidenta. Com uma forte aliança entre a oposição e agora os aliados do vice-presidente, e com a invenção de um crime atípico que ficou conhecido como pedaladas fiscais e com a destruição midiática da imagem pública da presidenta, envolvendo supostos esquemas de corrupção em estatais brasileiras, o Congresso Nacional cassou a presidenta e assumiu em seu lugar o Vice Michel Temer em uma das maiores manobras golpistas da história recente do Brasil.

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Nas ruas de Brasílias, movimentos sociais e sindicais passaram a realizar grandes manifestações de apoio a presidenta Dilma e contra os ataques abertos ao regime democrático e aos direitos políticos da presidenta legalmente eleita pela maioria dos eleitores brasileiros. Como resposta, o vice-presidente em atividade passou a reprimir violentamente estes movimentos com fortes ataques militares contra os manifestantes que não reconheciam legitimidade de Michel Temer.

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Os movimentos sociais e sindicais percebendo que os deputados e senadores poderiam derrubar o governo Dilma, passaram a organizar movimentos por Diretas Já e em defesa dos direitos da classe trabalhadora que estavam sendo destruídos com reformas que a presidenta não concordava. Estávamos vivendo uma espécie de neoliberalismo econômico atrelado a políticas neonazistas de fato.

Entre 2015 e 2016, os grupos políticos conservadores, conseguiram avançar suas pautas antidemocráticas e antipopulares e construíram as bases para a cassação do mandato da presidenta Dilma.

  

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Foi criada uma narrativa de que existia muita corrupção e desvio de ativos da Petrobrás e em nome dos empresários acionistas americanos, se passou a pressionar o governo através de um bombardeio de notícias de corrupção dentro da Petrobrás. Essa foi a principal mola propulsora do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff.

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Esses são alguns discursos que prevalecem nas redes sociais e na grande mídia, em que alguns analistas políticos tendenciosos, tentam explicar o fenômeno como um movimento social espontâneo que juntou pautas anticorrupção e antipolítica. Mas na verdade, ficou claro ao longo das revoltas que existia um dedo invisível do mercado, de grandes corporações pelo controle de recursos energéticos como o Pré-Sal, bem como pela aceleração de reformas ultra neoliberais que estavam sendo desaceleradas pelos governos do PT e o momento político era justificado pela continua e orquestrada ação antipetista, que naquele momento eram simbolizadas por Dilma e Lula.

Agassiz Almeida, em uma artigo de março de 2020 (Brasil, 247),  publicou que "o então Presidente Jair Bolsonaro determinou que o Ministério da Defesa fizesse as “comemorações devidas” para que as Forças Armadas celebrassem o Golpe de 64.  Esses fatos e atitudes golpistas recentes, são os piores absurdos desse governo, que foi eleito pela via do voto e se utiliza da democracia para fazer apologia ao golpe militar, ditadura e generais sanguinários. A violência política, a subtração dos direitos políticos e a perseguição aos opositores marcaram o retrocesso desse governo. Então temos nos preocupar com uma pedagogia que implique no resgata da memória e da luta contra qualquer tipo de opressão e violência política.

Vencida a etapa de cassação da presidenta Dilma, todas as forças midiáticas e jurídicas se voltaram para o ex-presidente Lula (PT), que já em 2017, liderava todas as pesquisas da corrida presidencial, ganhando em primeiro turno de todos os possíveis candidatos. Lula e os partidos de esquerda que eram próximos foram fortemente atacados e a ideia principal era tornar o pré-candidato inelegível, lhe imputando todo e qualquer tipo de suposto crime, que lhe pudesse gerar uma prisão. A vida do ex-presidente e de sua família foi devastada, tanto pela mídia, quanto pelas redes sociais e pela Lava-Jato, um grupo de jurista que montaram uma equipe anticorrupção para julgar todos os tipos de processos que envolvessem corrupção nas empresas estatais, tendo a Petrobras como o principal alvo.

No caso de Lula que era acusado de todos os tipos de crimes, os acusadores não se responsabilizavam pelo ônus das provas e simplesmente atrelavam qualquer esquema de suposta corrupção era linkada com o Lula, de invenções fantasiosas sobre a compra de um apartamento triplex, a compra de sítio, desvios de recursos da Petrobrás entre outros crimes. Vazamento de áudios de conversas do Lula com a ex-presidente Dilma foram vasados sem segredo de justiça, expondo a vida e o maior cargo do país. Delações forçadas de empresários que eram ameaçados e tinham suas empresas interditadas, até que fizessem delações relacionando o ex-presidente Lula com supostos crimes de corrução, até que em julgamentos sem provas e apenas pela força das convicções dos procuradores, condenaram e prenderam Lula por 580 dias.

Enquanto as esquerdas batiam cabeça sobre um nome para substituir a candidatura de Lula, Jair Bolsonaro e seus apoiadores de extrema direita ganharam espaço em pautas e discursos conservadores, baseados e propagados em fakes news, geraram uma disputa extremamente desigual e sem compromisso com a verdade. Assim, Bolsonaro foi eleito, sempre atacando mulheres, negros, indígenas, homossexuais e os direitos da classe trabalhadora.

Usou fakes news sobre discursos de ódio, conflitos religiosos e outras pautas conservadores como aborto, gênero, e liberação de armas para a população se defender e combater a criminalidade. Até uma suposta facada foi usada politicamente para evitar a presença de Bolsonaro dos debates políticos.

Ao longo de quatro anos, com uma pandemia internacional de COVID-19, negacionismo em relação a vacinação da população, com milhões de casos e milhares de mortes o governo foi se desenvolvendo. crises ambientais, escândalos de corrupção, liberação de crimes ambientais e reformas que destruíram com os direitos de servidores públicos, desemprego, inflação foram as máximas do governo. Os discursos e as práticas de extrema direita, isolaram o Brasil no cenário internacional e Bolsonaro encheu o governo de militares, apostando em um governo ditatorial.

Quando não conseguiram mais sustentar Lula na cadeia, pois seus advogados provaram sua inocência em dezenas de processos, Lula se tornou mais uma vez presidenciável. E nas primeiras pesquisas Lula já liderava sob todos os pré-candidatos. Nesse meio tempo, Bolsonaro passou a estimular grupos para a prática de atos antidemocráticos e para o questionamento das urnas eletrônicas e das próprias eleições.

Nessa queda de braços entre fakes news, urnas eletrônicas e corrupção na compra de vacinas para a Covid-19, Bolsonaro foi se desgastando e perdendo espaço nos cenários eleitorais. Escândalos de seus familiares sobre enriquecimento ilícito na compra de imóveis milionários, elevaram o tom golpista de Bolsonaro, sempre aparelhando a Polícia Federal e Rodoviário aos seus préstimos, além da tentativa de aparelhamento das forças armadas, como estímulo ao discurso de golpe militar.

Como afirma José Soares em suas redes sociais, "Depois que Bolsonaro passou pela presidência, ficaram para trás apenas os destroços do que foi um grande e respeitado país: as árvores derrubadas, os rios poluídos de mercúrio, as florestas queimadas, para dar lugar as passagens e a soja, o colapso na educação e na saúde, a cultura perseguida, as políticas públicas destruídas, direitos trabalhistas subtraídos, gente dormindo nas ruas e passando fome, matança de indígenas, negros e favelados, genocídio na pandemia e os cambaus. E ainda tem gente dita cristã, defendendo o infame!"

Com Lula candidato a presidente e a união de diferentes campos políticos de esquerda e de centro, depois de um grande confronto entre as ideias golpistas e de extrema direita com grupos de esquerda em defesa do estado democrático de direitos, venceu o Lula e seus aliados. E entre o primeiro, segundo turno e a posse do presidente Lula, os grupos bolsonaristas de extrema direita, tentaram todos os tipos golpes, contra os resultados eleitorais.

Nesse meio termo, mais escândalos de corrupção do governo Bolsonaro, em que ele esteve diretamente envolvido, seus filhos e seus aliados mais próximos. entre os supostos crimes aos quais existe alguma ligação com o ex-presidente vamos destacar seis, mas a lista dos supostos crimes em seu governo é longa:

1) desvio/roubo (caso das joias, barras de outro e compra milionária de imóveis;

2) Incitação ao crime, uso do governo para propagar o uso indiscriminado do armas, inclusive com lives semanais sobre o tema de armar a população;

3) Charlatanismo (negação de uso de vacinas contra a covid e indicação e propaganda de remédios sem eficácia para o tratamento de covid);

4) Corrupção (todo tipo de ações para a compra de maioria do congresso nacional); Crimes Contra a Humanidade (quase um milhão de mortos por covid e desastre dos povos indígenas e o contra o patrimônio natural); 

5) Uso irregular de verbas públicas (vários exemplos, mais o pior deles com o cartão corporativo);

6) Fake News (milhões de disparos em massa com notícias falsas, entre elas ataques a justiça eleitoral e as bases democráticas da sociedade).

O ápice das tentativas de golpe contra o novo governo foi no dia 08 de janeiro, com violentos ataques ao patrimônio público na praça dos três poderes, com a destruição de prédios como o Congresso Nacional, Palácio do governo e sede do Supremo Tribunal Federal (STF).

Os atos de destruição e vandalismo, alguns chamariam de burrice coletiva e ilusão da maioria, para o ato golpista do dia 8 de janeiro, quando grupos de extrema-direita invadiram a praça dos três poderes em Brasília, destruindo e depredando o palácio do planalto, a sede do congresso e a sede do STF. Isso foi feito com a anuência de autoridades públicas e forças de segurança e pelas linhas de investigação é possível a participação efetiva do ex-presidente e filhos.

Entre os apoiadores de Bolsonaro, enquanto filmavam todos os acontecimentos dos crimes que praticavam, uns mijaram e cagaram literalmente em cima dos escombros e do rastro de destruição deixados por onde passavam. Essas filmagens, eles próprios publicaram em suas redes sociais e algumas inclusive, foram feitas ao vivo, em lives (chamadas de vídeo) por chamadas de vídeo.

A ideia era estourar em Brasília, um caos político que se espalharia pelo resto do Brasil, como um rastilho de pólvora que incendiaria os milhões de apoiadores do Capitão. A opinião pública e muitos meios de comunicações condenaram esses atos de vandalismo e, no decorrer das 72 horas pós ataques contra o patrimônio público e contra a democracia, a justiça começou a agir e mandou prender centenas de agressores.

Com as filmagens e postagens em redes sociais dos terroristas, foi fácil chegar aos organizadores e mandantes desses atentados, mesmo assim, ainda temos muitos empresários, pastores e políticos que estão sob a mira das investigações e quase todos os dias, são emitidos mandatos de segurança para prender, principalmente os mandates de tais atos criminosos.

O ex-presidente Bolsonaro, que estava nos Estados Unidos a noventa dias, foi obrigado a voltar. Dois são os motivos da Volta do Ex-presidente: a) seu visto expirou no dia 30 de março e já existia uma grande pressão política de deputados e senadores americanos pela extradição do ex-presidente. Ele até tentou manobrar ir para outros países, como a Itália, mas não conseguiu apoio direto para o pleito; b) o segundo motivo da volta foi a intimação para depor na sede da Polícia Federal em Brasília no dia 05 de abril as 09:00 horas.

Inicialmente sobre o escandaloso caso das joias, armas e outros objetos que em valores ultrapassa 18 milhões de reais e entraram ilegalmente no Brasil, vindo da Arábia Saudita como presentes a ele e seus familiares, esposa, filhos e assessores diretos. Presentes no mínimo suspeitos, pois de acordo com as declarações patrimoniais de 2,3 milhões não batem com tanto dinheiro, joias e mansões espalhadas entre Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro

O ex-presidente ao chegar ao Brasil, caiu na real que voltou obrigado pelas circunstâncias diplomáticas, pois já estava desagradando o governo norte-americano e seu retorno forçado, pois foi intimado para depor PF, sobre os supostos esquemas com mercadorias ilegais e ilícitos de milhões envolvendo joias, relógios, armas estranhamente presentados pelos ditadores sauditas


Referências:

Dez Filmes sobre a Ditadura Militar no Brasil

https://radicaislivreseco.blogspot.com/2022/03/geopolitica-ou-globalizacao-interrompida.html

https://radicaislivreseco.blogspot.com/2022/11/exercicios-fascistas-as-tentativas.html

https://radicaislivreseco.blogspot.com/2022/11/a-ilusao-e-irrealidade-como-metodo.html

https://radicaislivreseco.blogspot.com/2021/09/geopolitica-um-seculo-de-fascismo-e.html

https://radicaislivreseco.blogspot.com/2022/11/bolsonaro-o-silencio-incomum-de-um.html

https://radicaislivreseco.blogspot.com/2023/01/o-plano-era-cagar-nos-tres-poderes.html

https://radicaislivreseco.blogspot.com/2023/04/o-adoecimento-dos-norteamericanos-se.html

https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2015/04/01/conheca-dez-historias-de-corrupcao-durante-a-ditadura-militar.htm

ttps://www.brasil247.com/pt/colunistas/geral/388704/O-Golpe-de-64-e-a-democracia-militante.htm?

fbclid=IwAR2aFnVQiYc3GXM33WJiKMZyV2k889qmR9muMPd6l-LEwT9DmZNK-Yk3SAw

https://super.abril.com.br/historia/a-guerra-que-nao-acabou/

https://www.papodecinema.com.br/filmes/68/

https://www.brasildefato.com.br/2019/09/10/livro-recem-publicado-analisa-ascensao-do-conservadorismo-no-brasil

https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/black-bloc-movimento-ou-tatica.htm

http://guarabira50graus.blogspot.com.br/2016/03/imagens-do-golpe-direita-tem-passe.html

http://guarabira50graus.blogspot.com.br/2016/03/brics-pre-sal-e-tentativas-de-golpe-no.htmlhttp://olharesgeograficos.blogs.sapo.pt/geopolitica-americana-nas-entranhas-da-9962

http://guarabira50graus.blogspot.com.br/2015/12/contra-o-golpe-de-cunha-e-da-direita.html

http://guarabira50graus.blogspot.com.br/2016/04/o-jurista-agassiz-almeida-filho-analisa.html.

 


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