Tarcísio de Freitas (SP) está fazendo em São Paulo, o que Miley faz na Argentina.

Por Belarmino Mariano* 

Tarcísio de Freitas (SP) está fazendo em São Paulo, o que Miley faz na Argentina - Repressão Militar e Desmantelamento do Estado Democrático e de Bem-Estar Social 

Parece uma comparação burra ou até mesmo idiota, relacionar o governo de um Estado brasileiro, com o governo de um país sul-americano. Mas vamos aos dados e a adoção de agendas políticas do ultra neoliberalismo.

Em área territorial existe uma grande diferença, com São Paulo com cerca de 

248.2 mil km². Enquanto a Argentina tem cerca de 2.780 milhões de km². Claro que grande parte da Argentina é de região congelada e isolada, quase no limite com o pólo sul. Mas em outros aspectos, a Argentina e o Estado de São Paulo estão bem próximos. Em posição geográfica São Paulo se encontra melhor situado e, se fosse um país da América do Sul, em população e em PIB, estaria entre os quatro maiores como Brasil, Colômbia e Argentina, São Paulo seria o quarto maior, empatado com a Argentina.

O Estado de São Paulo possui cerca de 44.4 milhões de habitantes. A capital São Paulo, sozinha, possui 11.4 milhões habitantes e a Grande São Paulo, com as cidades circunvizinhas, chegam a cerca de 20,7 milhões de pessoas (IBGE, 2022). São Paulo é o estado mais populoso do Brasil. 

A Argentina possui cerca de 45,5 milhões de habitantes. A cidade de Buenos Aires, capital da Argentina, tem uma população de 3.1 milhões habitantes, segundo o censo de 2022. A Grande Buenos Aires, que inclui a cidade e seus arredores, tem uma população de 17.5 milhões de habitantes. 

O Produto Interno Bruto (PIB) do Estado de São Paulo em 2024 alcançou R$ 3,5 trilhões de reais, o que seria equivalente a US$ 589,3 bilhões de dólares (2024). 

Em se tratando de PIB, a Argentina tem um PIB de US$ 646,1 bilhões de dólares (2023). A grande diferença é a crise econômica e a inflação gigantesca em território argentino, enquanto no Brasil, existe uma estabilidade econômica que reflete positivamente em São Paulo, como o estado brasileiro com o maior PIB do país.

Na contramão do estado e do governo brasileiro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, apoiado por partidos de extrema direita, vem trabalhando para desmontar todas as políticas públicas, em especial nos setores estratégicos do estado. Privatizações de setores como saúde, educação, água, energia, segurança, e ataques aos direitos da classe trabalhadora, em especial dos servidores públicos.

A violência urbana, o abandono, as políticas de assistência social, as agressões ao meio ambiente, a violência policial e a intenção em sair de São Paulo para comandar o Brasil, como comanda o Estado de São Paulo, quebrando tudo o que representa o Estado de bem-estar social para privatizar tudo.

O Brasil, se comparado com a Argentina, não faz muito sentido, diante da gigantesca dimensão territorial, demográfica e econômica do Brasil. Mas comparar o Estado de São Paulo com a Argentina, faz muito sentido. Os números estão bem próximos e as maneiras de governar, entre Miley e Tarcísio, são bem parecidas.

Logo, os estragos que Miley faz na Argentina, estão sendo semelhantes ao que Tarcísio faz em São Paulo. Com uma grande diferença. São Paulo, se beneficia do pacto federativo brasileiro, com um governo federal que equilibra suas contas e suas dívidas públicas. Agora imagina Tarcísio governando o Brasil? Os estragos poderiam ser, no mínimo, dez ou 20 vezes maiores. 

Por isso, a grande mídia e as big tech, escondem o governo desastroso de Miley e de Tarcísio. Como se estivessem dentro da normalidade. A ideia é entregar o Brasil aos governos comprometidos com o neoliberalismo, pois ao destruir nossa economia e nossas estatais, ao acabar com os programas sociais, previdenciários e ao executar uma privatização ampla, geral e irrestrita, além de reprimir quem questionar esse modelo, com faz Miley na Argentina e Tarcísio em São Paulo, estão cumprindo a agenda neoliberal de destruir a autonomia das nações frente ao interesses do imperialismo capitalista.

Miley destrói a Argentina, Tarcísio destrói São Paulo, na ideia de evitar críticas ou expor os estragos e retrocessos do governo paulista, prejudicaria esse futuro governo e presidente, que vem sendo preparado para destruir o que Bolsonaro não conseguiu. 

Esse é o grande plano das elites brasileiras a serviço das grandes corporações internacionais. Expurgar um governo popular con traços de esquerda, enquanto isso, seguem atacando o governo do Presidente Lula, responsável pelos grandes avanços do Brasil nos três últimos anos. Enquanto elogiam e criam espaço para projeção de Tarcísio no cenário nacional. Acorda Brasil!

*Por Belarmino Mariano. Imagens das redes sociais. Dados do IBGE (2022).