A MENTIRA TEM PERNAS CURTAS

De Rui Leitão 
Adotar a mentira como política de governo é, no mínimo, um ato de irresponsabilidade. Há uma expressão da sabedoria popular que diz: “mentira tem pernas curtas”.  Mas isso não parece assustar quem está no comando do governo brasileiro. Tem sido recorrente a prática de disseminação de notícias falsas, no propósito de enganar a opinião pública, distorcendo dados e fatos que não resistem a uma pesquisa séria. As evidências rapidamente desmentem as informações incorretas. Não se pode dizer que se trata de equívoco de mensagens, é método de comunicação, ardilosamente concebido.  
  
Tem sido um comportamento padrão do governante, atualmente instalado no Palácio do Planalto. Estratégia planejada, desprezando o compromisso com a verdade factual. O mentiroso contumaz não se envergonha em se utilizar do ludibrio para tentar esconder suas incompetências e maldades, na busca da autopromoção. É inadmissível que a falácia seja permanentemente usada como instrumento de governo, com o objetivo de se afirmar.   
  
Analisada sob o ponto de vista ético e político, a mentira é um imperdoável ataque à probidade que se exige de um governante. O princípio da veracidade em todos os atos e falas de quem assume a missão de governar é condição essencial para que mereça o respeito dos que estão sob seu comando administrativo. O cidadão tem direito a receber a informação honesta por parte de um homem público. A mentira, principalmente quando recebe o selo oficial de um governo, é atitude vil e repreensível, merecendo, então, a condenação moral da opinião pública.  
  
É bíblica a afirmação de que “a infâmia do mentiroso o acompanha sem cessar” (Eclesiástico 20,24). Quando um gestor público se acostuma a mentir, induzindo em falsidade a opinião alheia, ele perde confiabilidade e se descredencia como legítimo representante do povo. 
 
Na abertura oficial da reunião da ONU o festival de mentiras oficiais se apresentou para o mundo. Foi um show de negacionismo e de inverdades, tentando mostrar uma situação que não reflete a realidade. Impressiona a desfaçatez com que informações falsas são propagadas num evento de repercussão internacional. Ainda bem que a mentira tem pernas curtas. 
Rui Leitão

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