Venezuela: A Democracia relativa ou imperfeita?

Por Belarmino Mariano.

A gente acompanha a grande mídia brasileira querendo descaracterizar as eleições na Venezuela. Sempre com desinforções ou contra informações.

Quem lembra do Juan Gaidó, que na outra eleição venezuelana, se autoproclamou presidente, sem ter sido eleito. Foi reconhecido pelo governo Trump, pelo bolsonarismo e por governos europeus. 

Quem lembra da grande imprensa brasileira dando vez e voz ao golpista Juan Gsidó e seus aliados? Ele chegou a pedir intervenção militar dos Estados Unidos na Venezuela. São os mesmos, é a extrema direita que vai fazer o que Aécio e seu grupo fizeram com Dilma entre 2013 e 2014. Ele dizia que a eleição tinha sido fraudada pelo PT de Dilma.

Não veremos a grande imprensa com o mesmo ataque às eleições nos Estados Unidos. E o engraçado é sabermos que os presidentes norte-americanos são escolhidos por um Colégio Eleitoral, logo, são eleições indiretas, onde delegados escolhem o presidente. O povo até participa, vota até pelos correios, mas ao final, o que conta é uma minoria, delegados por Estados decidem que governará o país.

Não estou querendo me intrometer no processo ou modelo de eleição dos países, mas na Venezuela as eleições são diretas e a maioria escolhe o presidente, assim como no Brasil.

Na Venezuela, além das eleições, sempre que ocorrem questões políticas, o governo realiza referendos populares, nesse caso, em 30 anos o país realizou 38 consultas ao povo, entre eleições e referendos, como o último em 2023 sobre a Província de Essequibo (área litigiosa entre Venezuela e Guiana).

Polêmicas à parte, a democracia é um processo histórico que alguns países usam como slogan político mas de fato não praticam. Vejamos o caso de Trump, nos Estados Unidos, ele perdeu as eleições nas urnas, mais conseguiu maioria de delegados do Colégio Eleitoral e se elegeu.
Estanho esse ritual "democrático". 

Na segunda eleição de Trump, ele perdeu para Bid e não reconheceu a vitória do seu opositor, estimulou um golpe de Estado com a invasão do Capitólio, praticou dezenas de crimes contra o Estado e, por incrível que pareça, voltou a ser candidato a presidente, inclusive com serios riscos de vitória. E Trump já disse que caso perda, haverá um golpe.

No imperialismo capitalista enchem a boca dizendo que são democratas, liberais e republicanos, mais vivem espionando os governos de outros países e/ou querendo interferir nas políticas dos vizinhos.

A extrema direita, declaradamente ataca os valores e princípios democráticos, ataca as instituições políticas, sociais, econômicas e jurídicas do país, como vemos aqui no Brasil. Aí querem interferir e até ameaçam intervir nas eleições do país vizinho.

A Venezuela é um país independente, autônomo e soberano. Deixem que os venezuelanos siga seus destinos. Não interfiram no país vizinho.

Se até a Igreja Universal do Reino de Deus, nos últimos meses, passou a apoiar Nicolás Maduro, provavelmente, querendo sua concessão de TV, Rádio e intenção de impostos, quem pode dizer sobre democracia imperfeita ou relativa?

No Brasil o golpe contra a presidenta Dilma e a prisão injusta de Lula e depois de eleito, tentativa de golpe em 8 de janeiro; a tentativa de golpe na Bolívia, o golpe contra Evo Morales e recentemente outra tentativa de golpe; tentativa de golpe no Equador e nos Estados Unidos, a invasão do capitólio. Isso demostra que a extrema direita fascista não respeita a democracia em nenhum lugar.

Alguém em sã consciência, acredita mesmo que, independente de atas, irá reconhecer algum resultado eleitoral? Em qual momento, a extrema direita brasileira, com todos os seus governadores, senadores e deputados eleitos, irão reconhecer que Lula foi eleito? Estão até agora querendo dá golpes e estão ameaçando o TSE, as urnas e o sistema eleitoral brasileiro. Não se iludam com o fascismo.

A "Águia sanguinária", está quieta, pois também vive uma pressão política eleitoral entre republicanos de extrema direita e democratas de direita. Se não estivessem nessa pressão interna, já teriam se posicionado em ataque ao Nicolás Maduro. Eles só querem as riquezas petroquímicas da Venezuela. Para isso, apostam no caos e na violência.

A extrema direita no Brasil, na Argentina, nos Estados Unidos ou na Venezuela age da mesma maneira. Golpistas como Aécio, Trump, Bolsonaro, Corina entre outros antidemócratas fascistas.

Por Belarmino Mariano. Imagem das redes sociais.

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